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Princípe saudita Faisal bin Abdalá foi detido e está incontactável

O princípe saudita Faisal bin Abdalá, filho do falecido rei Abdalá e sobrinho do rei Salman, foi detido e está incontactável desde 27 de março, denunciou a organização Human Rights Watch (HRW).

Num comunicado, a HRW disse que as autoridades da Arábia Saudita detiveram o príncipe na sua casa, num caso de “desaparecimento forçado”, e levaram-no sem fornecer informações sobre o seu paradeiro.

Faisal bin Abdalá ocupou o cargo de presidente do Crescente Vermelho Saudita, o departamento da Arábia Saudita do movimento internacional da Cruz Vermelha.

A HRW lembra que um “desaparecimento forçado” é aquele em que o Estado ou os seus agentes se recusam a fornecer informações sobre o paradeiro e a situação do detido.

“Apesar da onda de críticas, o comportamento ilegal das autoridades sauditas durante o mandato de Mohamed bin Salman não diminui”, disse o vice-diretor da HRW para o Oriente Médio, Michael Page.

A detenção do sobrinho do rei Salman é a mais recente de uma longa série de detenções de membros da família real saudita, pela qual o príncipe herdeiro Mohamed bin Salman é responsável e que começou com uma operação em que 300 pessoas foram detidas, em novembro 2017.

Nessa altura, o príncipe Faisal bin Abdullah também foi detido, sendo libertado um mês depois, apesar de ter sido proibido de deixar o país.

Em março passado, dois membros importantes da família real saudita, o príncipe Ahmed bin Abdulaziz, irmão mais novo do rei Salman, e Mohammed bin Nayef, sobrinho do rei e ex-príncipe herdeiro, foram detidos de acordo, com os ‘media’ norte-americanos.

As detenções precipitaram rumores de um suposto agravamento da saúde do rei Salman, mas o Governo saudita não comentou o assunto.

Há três semanas, em mensagens na rede social Twitter, que mais tarde foram excluídas, a princesa Basma bin Saud, sobrinha do rei Salman, pediu a sua libertação, alegando a sua inocência e a deterioração da sua saúde.

A figura de Mohamed bin Salman, inicialmente associada a um processo de reforma para modernizar o ultraconservador reino saudita, foi marcada pela morte do jornalista saudita Jamal Khashoggi no consulado saudita em Istambul, em 2 de outubro de 2018, um evento que gerou ampla condenação internacional.

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