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Irlanda receia ausência de acordo comercial Londres-UE e intensifica preparativos

A Irlanda anunciou que começou a intensificar os preparativos para enfrentar uma eventual falta de acordo entre o Reino Unido e a União Europeia (UE) sobre uma futura relação comercial, cenário que teria consequências económicas potencialmente devastadoras.

“Embora o Governo dê prioridade à (doença) covid-19, também não esquecemos o ‘Brexit’ [nome pelo qual ficou conhecido o processo de saída do Reino Unido da UE]”, afirmou o primeiro-ministro irlandês, Leo Varadkar, em declarações à comunicação social após uma reunião do Conselho da Ministros.

“Se chegarmos a tal posição até ao final do ano, iremos precisar de intensificar os preparativos para uma ausência de um acordo comercial”, prosseguiu.

Após a concretização do ‘Brexit’ em 31 de janeiro passado, Londres e Bruxelas têm até ao final deste ano para tentar chegar a um acordo sobre a futura dinâmica das suas relações comerciais.

As discussões chegaram a estar suspensas devido à pandemia da doença covid-19, desde logo porque os dois principais negociadores, Michel Barnier (UE) e David Frost (Londres), estiveram infetados pelo novo coronavírus.

Apesar do calendário apertado, o Reino Unido está determinado em não prolongar o atual período de transição, durante o qual as regras europeias continuam a ser aplicadas em solo britânico.

Qualquer extensão deste período terá de ser solicitada antes do dia 01 de julho.

As negociações entre as duas partes são retomadas na próxima terça-feira, após uma ronda realizada em meados deste mês que foi marcada pela falta de progressos.

“As discussões estão a intensificar-se a nível europeu, com vista à cimeira UE-Reino Unido (...) em junho”, referiu Leo Varadkar.

Face “aos poucos progressos” alcançados nas negociações, o líder irlandês declarou que “às vezes é necessário haver uma crise ou uma rutura antes de ser alcançado um acordo ou uma solução”.

Na ausência de um acordo ou de uma extensão do período de transição, as relações económicas e comerciais entre o Reino Unido e a UE (incluindo o Estado-membro e vizinha Irlanda) passam a ser regidas pelas regras da Organização Mundial do Comércio (OMC) e com a aplicação de vários controlos alfandegários e regulatórios.

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