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Madeira

Pais já podem assistir ao parto no Hospital Dr. Nélio Mendonça

Progenitores têm de ser testados às 39 semanas de gravidez e só entram na sala para o momento do parto

É uma boa notícia para os futuros pais madeirenses que desejam segurar os filhos recém-nascidos nos braços: a partir de agora os pais vão poder assistir ao parto no Hospital Dr. Nélio Mendonça.

A decisão foi tomada, ontem, dia 20 de Maio, pelos médicos do Serviço de Ginecologia e Obstetrícia – revelou ao DIÁRIO Joaquim Vieira – mas obedece a regras de segurança apertadas.

“O pai tem de entrar na sala de parto de máscara e nós depois damos uma bata no Serviço. Todos os papás têm também de ser testados”, refere o director do Serviço.

Joaquim Vieira explica que, normalmente, as grávidas são testadas por volta das 39 semanas de gravidez (salvo se for um parto precoce, sendo que nessa situação realizado mais cedo) e “o companheiro fará o teste o mesmo tempo”.

Esse teste é pedido pelo próprio médico assistente da utente e os resultados são obtidos dentro de 5 a 6 horas. Tudo de acordo com as normas definidas em conjunto com Margarida Câmara, coordenadora do Programa de Prevenção e Controlo da Infecção e Resistência aos Antimicrobianos (PPCIRA) do Serviço de Saúde da Região (SESARAM).

“É sempre um risco que estamos a colocar ao recém-nascido, que não tem defesas nenhumas. A mãe não tem o vírus, mas o pai pode ter. Depois também temos e ter em conta a segurança dos próprios profissionais de saúde”, observa médico.

“Imagine quatro médicos e quatro enfermeiros em quarentena? Seria uma catástrofe!”, enfatiza.

Apesar de poderem assistir ao momento do parto, os progenitores não poderão ainda acompanhar a grávida o tempo todo.

“Os papás só vão subir para a altura do parto (...) Nós temos de cumprir as regras de protecção, nomeadamente o distanciamento, mas as salas de parto em parte nenhuma do mundo têm as dimensões necessárias para que fiquem a dois metros de distância um do outro – tem de estar o médico, a parturiente, a enfermeira e às vezes o pediatra – mesmo assim nós damos uma tolerância ao pai, desde que as pessoas tenham os cuidados de higiene necessários. Agora estar constantemente na sala de partos, não”, reforça o responsável do Serviço de Ginecologia e Obstetrícia.

“A própria grávida ou a enfermeira informam o marido de quando pode entrar na sala, sendo que ao fazê-lo o pai já tem desinfectar as mãos”, acrescenta o doutor.

As restrições também se aplicam a nível de enfermaria pós-parto, sendo que lotação máxima é de três puérperas por enfermaria.

“Ao fazermos isto estamos a proteger a grávida e a criança, embora nem sempre as pessoas compreendam”, sublinha o obstetra.

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