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Editoras retomam lançamentos com Julián Fuks, Djaimilia e Patti Smith nas novidades

As editoras retomam os lançamentos no final de Maio e início de Junho, com novos romances de Julián Fuks e Djaimilia Pereira de Almeida, memórias da artista Patti Smith e uma nova tradução de “Eneida”, entre outras novidades.

O mais recente romance do escritor espanhol Manuel Vilas, uma compilação de crónicas de Lídia Jorge e a segunda parte do romance “Como água para chocolate”, da escritora mexicana Laura Esquivel, são outros lançamentos que marcam o regresso das editoras aos lançamentos editoriais, após uma suspensão determinada pela covid-19, embora a um ritmo mais reduzido e cauteloso.

“E, de repente, a alegria”, o novo romance de Manuel Vilas, que se sucede ao premiado “Em tudo havia beleza (Ordesa)”, é um dos livros que o grupo editorial Penguin Random House vai começar a fazer chegar às livrarias a partir de dia 19, neste caso editado pela Alfaguara.

Ainda este mês será publicado um novo livro de João Tordo, um ensaio sobre o processo criativo e de escrita, intitulado “Manual de sobrevivência de um escritor”, pela Companhia das Letras.

Em junho é esperado o lançamento de “Ocupação”, o mais recente romance do escritor brasileiro Julián Fuks, que venceu os prémios Saramago e Jabuti com o seu anterior romance (”Resistência”), também editado pela Companhia das Letras.

A Relógio d’Água vai publicar ainda este mês o novo romance da escritora Djaimilia Pereira de Almeida, “As telefones”, bem como um ensaio do filósofo esloveno Slavoj Zizek, intitulado “A pandemia que abalou o mundo”, sobre o impacto social do novo coronavírus.

O grupo editorial 2020 regressa à “actividade normal” a partir de 18 de Maio, depois de “60 dias com vendas praticamente inexistentes e de um jejum auto-imposto de novos títulos”, para “respeitar” e “apoiar o canal de livrarias independentes, obrigadas a encerrar pelo Estado de Emergência decretado pelo governo”.

“Prevemos, após a reabertura, que o mercado caia de forma definitiva cerca de 25%, e que sejam necessários cinco anos a recuperar para o nível de 2019”, afirma o grupo, explicando que, nesse sentido, foi necessário ajustar os investimentos e o plano editorial, que sofreu uma redução, porque “seria impensável colocar num mercado ainda em expectativa quanto ao futuro, e com baixa procura, todos os títulos previstos para 2020”.

Assim, em Junho, chegam através da chancela Cavalo de Ferro “A Balada de Iza”, da escritora húngara Magda Szabó, autora também de “A Porta” e “Rua Katalin”, assim como “Kaputt”, romance do escritor italiano Curzio Malaparte, considerado um clássico da literatura universal, que descreve em forma de reportagem os horrores políticos do nazismo e do fascismo, e cuja última publicação em Portugal fora feita em 1984, pelas Publicações Europa América.

Pela Elsinore, sai no mesmo mês “Caronte à Espera”, romance de Cláudia Andrade, autora finalista do Prémio Autores 2020 da Sociedade Portuguesa de Autores (Melhor Livro de Ficção Narrativa), com “Quartos de final e Outras Histórias”, publicado também nesta editora.

A Cotovia vai lançar, dentro de duas semanas, uma nova tradução da “Eneida”, de Virgílio, feita pelo professor universitário Carlos Ascenso André, que levou seis anos a traduzir o texto clássico “por muitos considerado o mais belo poema de sempre”, numa edição de capa dura.

A editora vai publicar, um pouco depois, uma adaptação para jovens de “Remédios contra o amor”, de Ovídio, “o mestre do amor”, que nesse livro ensina a fazer frente às suas contrariedades.

A Bertrand Editora está a fazer o planeamento editorial a partir de junho, embora ainda sem datas definidas, e, entre os livros a serem publicados, contam-se “O Ano do Macaco”, reunião de memórias de Patti Smith, “Uma Ida ao Motel”, de Bruno Vieira Amaral, e “Os Vivos e os Outros”, de José Eduardo Agualusa, editados pela Quetzal.

“A Casa Alemã”, de Annette Hess, “Escrever”, de Stephen King”, e “Os Guardiões”, de John Grisham, são outras das novidades para breve da Bertrand.

O presidente do conselho de administração do grupo, Paulo Oliveira, acredita que a reabertura gradual da atividade económica irá marcar “o início da recuperação da profunda crise que se abateu por toda a cadeia de valor do mercado editorial, cujos efeitos, infelizmente, irão perdurar por muito tempo”.

O grupo editorial Leya retoma os seus lançamentos no dia 2 de junho, e apresenta várias novidades, entre as quais o romance “Margarida Espantada”, de Rodrigo Guedes de Carvalho (Dom Quixote), “Coração Rebelde”, um ensaio de Arundhati Roy (ASA), “Em todos os sentidos”, compilação de crónicas de Lídia Jorge (Dom Quixote), “Livro de vozes e sombras”, de João de Melo, “Rua de Paris em dia de Chuva”, de Isabel Rio Novo (ambos na Dom Quixote), e “O Diário de Titã”, de Laura Esquível (ASA), romance que dá continuidade a “Como água para chocolate”.

A Guerra e Paz regressa aos lançamentos a partir de 19 de Maio, com dois livros centrados em África, sobre as polémicas em redor do conflito entre memória e História: “A Ideologia Afro-centrista à Conquista da História: a memória em leilão”, do historiador francês François-Xavier Fauvelle, e “Combates pela Verdade: Portugal e os Escravos”, do historiador João Pedro Marques.

A editora publica também um livro sobre o confinamento e o mundo de ausência que ele originou, intitulado “Um Mundo Aflito, Memória de um Tempo de Ausência”, com texto de José Jorge Letria, fotografias de Inácio Ludgero e prefácio de Pedro Abrunhosa.

As primeiras publicações previstas pela Tinta-da-China, para junho, são “A Miséria do Tempo”, de Renato Miguel do Carmo e Maria Madalena d’Avelar, um livro que fala de desemprego a partir de uma investigação e várias entrevistas, “Prosa - Antologia Mínima”, de Fernando Pessoa, organizada por Jerónimo Pizarro, “Coisas de Loucos - O que eles deixaram no manicómio”, o conjunto de reportagens de Catarina Gomes sobre objectos deixados num antigo hospital psiquiátrico, e “Marrom e Amarelo”, romance de Paulo Scott, um dos mais conceituados escritores brasileiros da sua geração.

A editorial Presença vai recuperar a lista de lançamentos da segunda quinzena de Março e publicar em Maio “O Traidor”, de Nelson deMille e Alex DeMille, e, em Junho, “Os Cruzados”, de Dan Jones, e “A Rapariga do Lago”, de Charlie Donlea.

A Porto Editora prepara-se para lançar o romance histórico “O Comboio das Crianças”, de Viola Ardone, ambientado na Itália do pós-Segunda Guerra Mundial, baseado em factos verídicos.

Este grupo editorial destaca ainda a colecção elogio da sombra, com curadoria de Valter Hugo Mãe, que publica a “Obra Poética” -- em três volumes -- “de um dos maiores mestres surrealistas portugueses, Artur do Cruzeiro Seixas, no ano em que se celebra o centenário do seu nascimento”.

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