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Autoridades da Crimeia reabrem investigação a crimes de guerra nazis

As autoridades da Crimeia anunciaram hoje a reativação da investigação dos crimes cometidos pelos nazis na península durante a ocupação do território, então parte da União Soviética, na II Guerra Mundial.

O Supremo Tribunal da Crimeia decidiu hoje anular a decisão de suspender a investigação penal das ditas atrocidades, depois da Procuradoria ter recorrido para esta instância, divulgou a agência noticiosa russa Interfax.

A Procuradoria tinha decidido recorrer ao Supremo depois de estudar os materiais sobre a mortandade de cidadãos soviéticos, praticada por criminosos de guerra alemães, nos arquivos do Serviço Federal de Segurança (FSB, na sigla em Russo), cujo antecessor, o KGB, tinha decidido suspender as investigações.

Em julho de 1969, o KGB tinha aberto um processo penal, depois de interrogar duas centenas de testemunhas e acusados, e realizar mais de uma centena de identificações.

Contudo, a investigação foi suspensa e alguns materiais entregues às autoridades alemãs, para que encontrassem os culpados.

Agora, a Procuradoria da Crimeia propõe-se identificar os “criminosos nazis e os seus cúmplices”, bem como a circunstâncias que rodearam os seus atos com o objetivo de obter esclarecimentos sobre a Grande Guerra Patriótica, como se designa a II Guerra Mundial na Federação Russa, e restabelecer a “justiça histórica”.

Cerca de 200 mil tártaros da Crimeia foram deportados em 1944, por ordem de José Estaline, por alegada colaboração com os nazis durante a sua ocupação da península entre finais de 1941 e maio de 1944.

Os tártaros só puderam regressar massivamente à Crimea com a Perestroika (Reestruturação), de 1985, e depois da queda da União Soviética, em 1991, se bem que milhares tenham voltado a sair do território depois da anexação russa, em 2014.

O presidente russo, Vladimir Putin, tem acusado o Ocidente de alterar a história da II Guerra Mundial, ao equiparar a responsabilidade de nazismo e comunismo no início do conflito, com a assinatura em 1939 do Pacto Molotov-Ribbentrop.

Na semana passada, por ocasião do 75.º aniversário da vitória sobre a Alemanha nazi, Putin voltou a apelar ao Ocidente para que condenasse os Acordos de Munique, de 1938, com os quais a França e o Reino Unido procuraram apaziguar Hitler.

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