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DGS definirá “oportunamente” regras para Festa do Avante!

A ministra da Saúde disse hoje que a Direção-Geral da Saúde (DGS) definirá “oportunamente” regras para a Festa do Avante, que se realiza habitualmente em setembro, frisando que isso depende da evolução da covid-19, que “ainda é uma incerteza”.

“As regras serão definidas pela DGS e serão oportunamente consideradas e partilhadas com os organizadores”, declarou a governante, falando na habitual conferência de imprensa diária relativa à evolução da pandemia no país.

Observando que hoje ainda é dia 09 maio e que este “é um evento que acontece em setembro”, Marta Temido notou que “a situação epidemiológica ainda é uma incerteza”.

“Todos queremos que as coisas corram de um determinado sentido, mas temos de dar passos pequenos e seguros para não sermos traídos”, sustentou a ministra da Saúde.

As declarações surgem depois de, na sexta-feira à noite, o primeiro-ministro, António Costa, ter dito que a Festa do Avante! se poderá realizar, desde que sejam cumpridas as orientações sanitárias da DGS, porque a atividade política dos partidos “não está proibida”.

“Penso que a entrevista foi autoexplicativa sobre a intervenção setorial da saúde nesse tema”, comentou hoje Marta Temido, reforçando que esta “é uma atividade política dos partidos e isso não está limitado”.

Na sexta-feira à noite, durante uma entrevista no Porto Canal, António Costa declarou: “A atividade política do PCP ou de qualquer outro partido não está proibida, nem nos passa pela cabeça, creio eu que a ninguém, proibir a atividade política. Agora, essas atividades vão ter de ser realizadas de acordo com as regras [da DGS]”.

O primeiro-ministro sublinhou que “não há nada que permita na Constituição, na lei, onde quer que seja, a proibição do exercício de atividades políticas”.

Contudo, o chefe do Governo advertiu que as atividades partidárias, na qual se enquadra a ‘rentrée’ comunista, “têm de respeitar as normas de saúde, como, aliás, o PCP disse logo que respeitaria”.

António Costa acrescentou que “cada partido é responsável, obviamente, pela forma como organiza” a sua agenda.

O Governo anunciou, na quinta-feira, que a realização de festivais de música está proibida em Portugal até 30 de setembro, depois de uma reunião do Conselho de Ministros.

O comunicado do Conselho de Ministros explicita que, para os espetáculos entre 28 de fevereiro e 30 de setembro de 2020 que não se realizem por causa da pandemia, está prevista “a emissão de um vale de igual valor ao preço do bilhete de ingresso pago, garantindo-se os direitos dos consumidores”.

As duas decisões ainda vão ser submetidas à apreciação da Assembleia da República.

Esta proposta de lei veio colocar um ponto final nas dúvidas sobre possíveis adiamentos ou cancelamentos das edições deste ano das centenas de festivais de música que se realizam em Portugal entre junho e setembro.

Nesse dia, o PCP remeteu para mais tarde uma decisão quanto ao cancelamento do Avante e, através de uma resposta envidada à Lusa, escreveu, em dois parágrafos, que o Avante! “não é um simples festival de música, é uma grande realização político cultural que se realiza desde 1976, muitos anos antes da existência daquele tipo de festivais”.

A redação do comunicado do Conselho de Ministros foi depois alterada no mesmo, referindo-se agora a proibição, até 30 de setembro, à realização de “festivais e espetáculos de natureza análoga”, e não apenas a “festivais de música” como constava inicialmente.

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