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Morreu o músico, compositor e escritor cabo-verdiano Kaká Barbosa

O intérprete, compositor e escritor cabo-verdiano Kaká Barbosa morreu hoje, na cidade da Praia, aos 70 anos, vítima de doença, informou à Lusa o presidente da Sociedade Cabo-verdiana de Autores (SOCA), entidade de que era membro.

Segundo Daniel Spínola, das informações que obteve dos familiares, Carlos Alberto Lopes Barbosa, mais conhecido por Kaká Barbosa, faleceu ao início da tarde de hoje, após 48 horas internado no Hospital Agostinho Neto, na Praia.

Em fevereiro último, Kaká Barbosa foi homenageado numa gala na cidade da Praia pela SOCA, entidade de que era membro e um dos fundadores.

Daniel Spínola adiantou que, além da homenagem ainda em vida, já está pronta uma revista para sair com textos vários sobre o seu percurso e a sua obra, tanto como músico, como escritor.

O lançamento da revista deverá acontecer em finais de maio, ou em junho, depois do período de emergência no país, por causa do novo coronavírus, segundo o presidente da SOCA, para quem vai ser agora uma homenagem póstuma ao também membro da Academia Cabo-verdiana de Letras.

“Temos apostado nas homenagens em vida, já fizemos a vários artistas, vários autores”, salientou Daniel Spínola, que descreveu Kaká Barbosa como um “excêntrico”, tal como está no texto que vai sair na revista.

“Eu via-o como uma pessoa excêntrica, no bom sentido, tinha ideias excecionais, de outro planeta, na forma como falava, dizia coisas fora do comum”, sustentou.

O presidente da SOCA disse ainda tratar-se de um “excelente músico”, que já ganhou a “imortalidade” por causa da sua obra, na música e na escrita.

“Era também eclético. Não fazia apenas um género, fazia vários géneros, desde funaná, passando pela morna e pela coladeira. Era muito versátil”, continuou Daniel Spínola, que é também escritor.

E, como escritor, disse que Kaká Barbosa deu um “contributo enorme” à cultura e à literatura, tanto na língua portuguesa, mas sobretudo na língua cabo-verdiana, tendo escrito vários livros e artigos em crioulo.

O Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV), de que era militante, endereçou uma “nota de pesar à família enlutada” de Kaká Barbosa, que morreu no Dia do Trabalhador e também precisamente no dia em que completava 70 anos de idade.

“Justamente no Dia do Trabalhador chegou ao nosso conhecimento a notícia do passamento físico do Combatente da Liberdade da Pátria e um dos precursores da UNTC-CS (União Nacional dos Trabalhadores Cabo-verdianos -- Central Sindical), Kaká Barbosa”, lembrou o maior partido da oposição cabo-verdiana.

Em fevereiro, durante o seu XVI Congresso, o PAICV aprovou o hino do partido, com letra e música da autoria de Kaká Barbosa.

No ano passado, o músico e compostor foi homenageado na sétima edição do festival internacional Grito Rock, realizado na cidade da Praia.

Nascido em São Vicente, mas viveu a maior parte da sua vida na ilha de Santiago, Kaká Barbosa foi ainda deputado da Nação das VI e VII legislaturas.

Foi galardoado com a Medalha de Mérito por ocasião do 30.º Aniversário da Independência de Cabo Verde, pelo então primeiro-ministro, José Maria Neves, e com a 1.ª Classe da Medalha do Vulcão, pelo então Presidente da República, Pedro Pires.

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