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Contágio em desaceleração, mas mortes no Reino Unido vão continuar a aumentar

Foto EPA
Foto EPA

O Reino Unido já está a assistir a uma desaceleração na taxa de contágio do vírus, mas a taxa de mortalidade da pandemia covid-19 vai continuar a aumentar, afirmou hoje uma das cientistas que aconselham o governo.

A vice Conselheira Científica Principal adjunta do governo, Angela McLean, acredita que o confinamento e as medidas de distanciamento social decretadas pelo governo estão a travar a taxa de crescimento do número de novos casos de infeção.

“Funcionou no sentido de que esta contagem de novos casos no Reino Unido, dia após dia, nas últimas semanas, não está a acelerar fora de controlo. Ontem [terça-feira], houve 5.492 novos casos. A disseminação deste vírus não está a acelerar. E essas são boas notícias”, vincou, durante a conferência de imprensa diária do governo sobre a crise.

O aumento diário de novos casos de pessoas infetadas foi o segundo mais alto registado no país durante a pandemia, onde os testes estão a ser feitos apenas as pessoas que são hospitalizadas ou a profissionais de saúde, e não incluem pessoas com sintomas isoladas em casa ou em lares de idosos.

Este aumento do número de pessoas infetadas para 60.733 no total coincide com um novo recorde do número de mortes em 24 horas, 938 registadas até às 17:00 de terça-feira, fazendo o total chegar a 7.097 pessoas óbitos.

“Estes dados têm atrasos longos no registo e, mesmo depois de o número de pessoas nos cuidados intensivos estabilizar ou até começar a cair, o número [de mortes] vai aumentar porque às vezes as mortes são relatadas muitos, muitos dias ou até uma semana depois de alguém ter morrido”, explicou esta especialista em matemática aplicada à biologia.

Segundo McLean, o número de mortes pode continuar a aumentar “mesmo após a curva achatada”.

Os cientistas que têm aconselhado o governo estimam que o Reino Unido esteja com alguns dias atrás de países como Itália e França na curva epidemiológica, o que tem feito o governo ser cauteloso sobre quando pretende aliviar as restrições de movimento e medidas como encerramento de escolas e estabelecimentos comerciais.

Quando decretou o confinamento, mais tarde de que a maioria dos outros países europeus, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, prometeu uma reavaliação ao fim de três semanas, cujo prazo termina na segunda-feira.

Na mesma conferência de imprensa, o ministro das Finanças, Rishi Sunak, adiantou que vai ser realizada uma reunião com as autoridades das diferentes regiões (Inglaterra, País de Gales, Escócia e Irlanda do Norte) na quinta-feira e avaliados mais dados científicos na próxima semana, mas disse que a prioridade deve ser combater o vírus “aqui e agora”.

Porém, o diretor clínico do sistema nacional de saúde britânico (NHS, na sigla em inglês), Stephen Powis, alertou para o risco de complacência e sugeriu que o confinamento deverá ser prolongado.

“Estamos a começar a ver os benefícios. Mas o mais importante é que temos de continuar a seguir as instruções, temos que continuar a seguir o distanciamento social, porque se não o fizermos, o vírus vai começar a espalhar-se novamente”, justificou.

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