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Eurogrupo vai prolongar-se pela madrugada em busca de acordo sobre o covid-19

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Os ministros das Finanças europeus, reunidos através de videoconferência desde hoje à tarde, vão prosseguir as discussões durante a próxima madrugada, em busca de um compromisso sobre a resposta económica à crise provocada pela pandemia de covid-19.

Segundo o porta-voz do presidente do Eurogrupo, Mário Centeno, “os trabalhos com vista a uma resposta ambiciosa da política económica da UE [União Europeia] à covid-19 estão no bom caminho, mas ainda não chegaram a bom termo”, pelo que as discussões prosseguirão pela madrugada, tendo a conferência de imprensa final, inicialmente prevista para hoje à noite, sido reagendada para as 10:00 de quarta-feira em Bruxelas.

A videoconferência de hoje do Eurogrupo, conduzida desde Lisboa por Mário Centeno, começou já com um atraso de uma hora, às 15:00 de Lisboa, tendo sido interrompida cerca das 18:00 para “uma pausa de uma hora”, mas essa interrupção -- durante a qual são feitos os tradicionais contactos bilaterais para tentar alcançar consensos - foi sendo prolongada até às 22:00 de Lisboa, até ao anúncio de que os trabalhos vão mesmo entrar noite dentro e de que a conferência de imprensa para dar conta dos resultados da reunião terá lugar apenas na manhã de quarta-feira.

Um dos participantes no encontro, o ministro das Finanças maltês, Edward Scicluna, já ‘antecipara’ na sua conta oficial na rede social Twitter que a “maratona do Eurogrupo” poderia prolongar-se “até amanhã de manhã”, quarta-feira.

Antes da reunião, Centeno disse esperar que os ministros das Finanças europeus cheguem a acordo sobre um pacote financeiro de emergência robusto para trabalhadores, empresas e países, e que se comprometam claramente com um plano de recuperação de grande envergadura.

Contudo, o compromisso a que os ministros das Finanças estão ‘obrigados’ a chegar está a revelar-se difícil de ‘fechar’, pois o ponto mais controverso da resposta, o financiamento para os estados-membros, que Centeno defende que deve ser garantido através de linhas de crédito do Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE), por ser a opção mais prática e “consensual”, continua a dividir os estados-membros.

De um lado, vários países, encabeçados por Itália, defendem antes a emissão conjunta de dívida - os chamados ‘eurobonds’ ou ‘coronabonds’ - e o primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, já reafirmou a sua oposição à solução em forma de empréstimos do fundo de resgate da zona euro. Do outro, um conjunto de países, com Holanda à cabeça, rejeita liminarmente a mutualização da dívida, e, mesmo em relação às linhas de crédito do MEE, quer impor condições.

Mais pacíficas serão as duas outras vertentes do pacote de emergência que o presidente do Eurogrupo espera ‘fechar’ nesta reunião, para apresentar aos chefes de estado e de Governo da UE: o programa de 100 mil milhões de euros proposto pela Comissão Europeia para financiar regimes de protecção de emprego e uma garantia de 200 mil milhões de euros do Banco Europeu de Investimento para apoiar as empresas em dificuldades, especialmente as pequenas e médias empresas.

Em pouco mais de um mês, esta é a quarta reunião por videoconferência dos ministros das Finanças europeus para tentar acordar uma resposta comum à crise do novo coronavírus, sendo que desta feita é-lhes ‘exigido’ um compromisso, para ser apresentado aos líderes europeus.

No último Conselho Europeu por videoconferência, realizado em 26 de Março, os chefes de estado e de Governo da União Europeia, após uma longa e tensa discussão, mandataram o Eurogrupo para apresentar, no prazo de duas semanas, propostas concretas sobre como enfrentar as consequências socioeconómicas da pandemia, que “tenham em conta a natureza sem precedentes do choque de covid-19”, que afecta as economias de todos os estados-membros.

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