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O mundo de pernas para o ar

O Outro, que dizem habitar sobre nós há infinitos milhões de anos, o Outro, que dizem que tem gigantesca amplitude dos campos visuais que lhe permite olhar por todos, o Outro que nunca escolheu bem os seus secretários e conselheiros ao ponto de não o deixarem adivinhar as consequências de tantas e tantas guerras e tragédias que já assolaram o Mundo, Primeira e Segunda guerras do século passado, fogueiras da Inquisição de antanho ateadas em nome dele mesmo, o Outro, que mais parece estar sempre de férias prolongadas quando se aproximam as ditas tragédia, as tantas que atingiram a Humanidade, não se podendo esquecer a bomba atómica sobre Hiroxima,, e mais, muitas mais, muitas mais hecatombes.... O Outro que dizem estar em toda a parte e que uma vez mais faltou à chamada, onde andará? Onde andará? Esperemos que de quarentena e que se salve, para bem só e apenas dos seus acólitos! Oxalá!... Mas deixemos então descansado, o dito “Pai dos Homens” e atenhamo-nos na atual pandemia que caiu novamente sobre a humanidade sabe-se lá como e porquê, e que tal como em tudo na vida, tem aspetos positivos (sem ironia...) e negativos também. Originou a desinfestação de meios de transporte desde aviões a barcos sem que tivessem sido esquecidos autocarros, carros elétricos, Tuk Tuks e carros do Monte, espera-se, para bem de todos nós. Também os lares não escaparam à fúria vertiginosa das desinfestações, assim como cafés, estabelecimentos de diversão noturna, vulgo casas de meninas muitos deles..., restaurantes, não esquecendo os carrinhos metálicos das grandes superfícies que raramente são lavados e desinfestados. Até os sem abrigo foram olhados com outros olhos, não com os da compaixão mas sim com os do terror que as pessoas têm de poderem vir a ser infetadas por alguns deles e como tal, parece que estão a ser recolhidos e enviados sabe-se lá para onde, mas que se anseia, tenhamos esperança ,que possam ir para lugares onde a higiene e o conforto não lhes falte ao menos enquanto durar a maldita virose já que depois de tudo isto passar, adivinha-se, soltá-los-ão de novo como pardais para voltarem aos seus ninhos ao relento, ou seja às noites frias das suas vidas subterrâneas!... E como não podia deixar de ser, a parte negativa de tudo isto são as vidas ceifadas de tantos e tantos seres, o isolamento forçado nas suas casas de tantos e tantos portugueses, a falência prevista de empresas, os pontapés na economia e claro, de novo, nos bolsos de todos nós, em suma, no inimaginável aspeto de terra queimada em que tudo isto se transformou e que veio semear o pânico e bem pouca esperança. No Mundo inteiro! Ah! Já me esquecia, pelo menos o Outro, que adivinho encontrar-se de novo em férias (ou em quarentena permanente, como antes disse...), creio estar a esfregar as mãos de contente pois uma das profecias Crescei e Multiplicai-vos talvez dê resultado por mor da terrível pandemia, pois com tanta quarentena instalada a Natalidade decerto vai subir, ai vai, vai!...Alegrem-se assim os governantes mais as carpideiras que viam a produção a não aumentar! Face aos preços exorbitantes dos preservativos, o disparo demográfico vai ser uma realidade , porém, oxalá que, como em todas as épocas, as modas dos nomes que se põem às criancinhas que surgem das mais diversas formas (Marcos Paulos, Adamos etc...), oxalá, dizia, que desta vez aqueles que vierem enriquecer (ou empobrecer ainda mais...) tantos lares portugueses, não sejam apelidados de filhos do Covid pois para desgraça, bem bastou nesta terra também muita gente de bem ter sido insultada como filhos daquilo que por decoro me coíbo de acrescentar, mas que muitos bem recordam e lamentam a infelicidade daquilo ter saído de uma qualquer bocarra para fora. Em triste hora!...

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