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Segurança Social já está a pagar aos trabalhadores afectados pelo cerco de Ovar

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O presidente da Câmara de Ovar disse hoje que a Segurança Social já está a fazer os pagamentos relativos às perdas salariais dos trabalhadores que, vivendo ou trabalhando em Ovar, não puderam aceder ao emprego devido ao cerco sanitário.

“Recebemos com muito agrado o facto de a Segurança Social estar já a pagar a todos os trabalhadores que moram no município e que não tiveram oportunidade de trabalhar, fruto do despacho [sobre o estado de calamidade pública decretado] no dia 17 de março”, declarou Salvador Malheiro numa mensagem à comunidade.

Em causa estão os montantes que cabe ao Estado comparticipar nos salários dos trabalhadores, que, desde 18 de março, se viram afetados pela quarentena geográfica a decorrer neste concelho do município do distrito de Aveiro.

Entre esses cidadãos incluem-se, por um lado, os trabalhadores que, vivendo em Ovar, estavam obrigados a isolamento domiciliário e não puderam exercer funções em empresas locais ou externas, e, por outro, também os funcionários que, residindo noutros concelhos da região, viram impossibilitada a sua entrada no município, que passou a ter com fronteiras controladas.

Inicialmente, essa agilização de procedimentos abrangera apenas os munícipes do concelho de Ovar, mas hoje a autarquia recebeu “a garantia de que também os trabalhadores de fora do município” e que nele não puderam exercer a sua ocupação “vão ter o mesmo tratamento” prioritário.

Quanto às respetivas entidades patronais, Salvador Malheiro pediu “compreensão”, reconhecendo as dificuldades que as empresas locais estão a enfrentar devido ao encerramento de toda a atividade que não esteja classificada como de primeira necessidade.

“O município deve muito ao seu tecido empresarial, que é resiliente, muito competitivo e, de certa forma, tem feito sobreviver muitas e muitas famílias de Ovar ao longo das últimas décadas”, afirmou Salvador Malheiro.

O presidente da câmara comprometeu-se a “reivindicar junto do Governo aquilo que é de elementar justiça” para as empresas que tiveram de encerrar devido ao cerco: “uma discriminação positiva” em relação ao restante universo empresarial do país.

“Sabemos que o Governo vai ter de colocar muito dinheiro na economia, mas as nossas empresas neste momento veem os seus concorrentes fora de Ovar a trabalhar, o que não é justo, pelo que temos que conseguir que elas tenham um tratamento diferenciado e sejam as primeiras a ser ajudadas”, defendeu.

Em 17 de março, o Governo declarou o estado de calamidade pública no concelho de Ovar, que a partir do dia seguinte ficou sujeito a cerco sanitário com controlo de fronteiras e suspensão de toda a atividade empresarial não afeta a bens de primeira necessidade. Na quinta-feira, a medida foi prolongada até 17 de abril.

Segundo informação oficial da autarquia, hoje à noite eram 364 as pessoas infetadas com covid-19 entre os cerca de 55.400 habitantes do concelho. Das pessoas infetadas, 32 são utentes do lar da Santa Casa da Misericórdia de Ovar, sendo que o município regista ainda 16 óbitos e cinco recuperações.

O novo coronavírus responsável pela pandemia da covid-19 foi detetado na China em dezembro de 2019 e já infetou mais de um milhão de pessoas em todo o mundo, das quais perto de 55.000 morreram. Ainda nesse universo de doentes, cerca de 190.000 recuperaram.

Em Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 02 de março, o último balanço da Direção-Geral da Saúde indicava 9.886 infeções confirmadas. Desse universo de doentes, 246 morreram, 1.058 estão internados em hospitais, 68 recuperaram e os restantes convalescem em casa ou noutras instituições.

O país está desde as 00:00 de 19 de março em estado de emergência, o que vigorará até às 23:59 do dia 17 de abril. A medida proíbe toda a população de circular fora do seu concelho de residência entre 09 e 13 de abril, para desincentivar viagens no período da Páscoa.

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