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ONU pede ao Bangladesh que deixe entrar barcos com refugiados rohingya

Foto EPA
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A Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, pediu hoje ao Bangladesh para permitir a entrada de dois barcos à deriva com centenas de refugiados rohingya, alertando para uma “tragédia humana de proporções terríveis”.

“Os mais de 500 homens, mulheres e crianças que estão a bordo precisam urgentemente de comida, cuidados médicos e toda a assistência humanitária necessária”, escreveu Michelle Bachelet numa carta, citada pela agência de agência francesa de notícias AFP.

“Lanço aqui o apelo mais forte possível para que [o Bangladesh] abra os seus portos e permita que os barcos atraquem”, sublinhou.

O ministro dos Negócios Estrangeiros do Bangladesh, A.K. Abdul Momen, disse, na semana passada, que o seu país não iria permitir que navios com refugiados atracassem, apesar dos apelos humanitários.

“Não é permitido mais nenhum rohingya” no país, disse Momen.

O país do sul da Ásia abriga atualmente quase um milhão de membros dessa minoria muçulmana, que vivem em extrema pobreza, em enormes campos de refugiados, depois de fugir da violência do vizinho Myanmar (antiga Birmânia).

Em meados de abril, quase 400 refugiados rohingya, “famintos” após dois meses no mar, foram resgatados pela Guarda Costeira do Bangladesh, mas pelo menos 60 morreram durante a viagem.

Os dois barcos atualmente à deriva visavam chegar à Malásia, mas o país, de maioria muçulmana e onde existe uma grande diáspora rohingya, expulsou, na semana passada, uma traineira com dezenas de membros dessa minoria, por medo de que espalhassem o noco coronavírus, responsável pela pandemia de covid-19.

Além disso, também reforçou as suas patrulhas no mar para evitar a entrada de qualquer barco nos seus portos.

Segundo a Amnistia Internacional, há “pelo menos três barcos” bloqueados há várias semanas em alto mar “sem comida ou água”.

Esta crise lembra a tragédia de 2015, quando milhares de rohingya foram abandonados no mar por contrabandistas e muitos morreram a tentar chegar ao sudeste da Ásia na esperança de uma vida melhor.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 206 mil mortos e infetou quase três milhões de pessoas em 193 países e territórios.

Perto de 810 mil doentes foram considerados curados.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Os Estados Unidos são o país com mais mortos (54.877) e mais casos de infeção confirmados (cerca de 965 mil).

Seguem-se Itália (26.644 mortos, mais de 197 mil casos), Espanha (23.521 mortos, mais de 209 mil casos), França (22.856 mortos, cerca de 162 mil casos) e Reino Unido (20.732 mortos, perto de 153 mil casos).

Por regiões, a Europa soma mais de 124 mil mortos (mais de 1,3 milhões de casos), Estados Unidos e Canadá mais de 57 mil mortos (mais de um milhão de casos), Ásia mais de 8.000 mortos (mais de 204 mil casos), América Latina e Caribe mais de 8.000 mortos (quase 170 mil casos), Médio Oriente quase 6.400 mortos (mais de 156 mil casos), África mais de 1.400 mortos (quase 32 mil casos) e Oceânia 109 mortos (mais de oito mil casos).

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