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OMS alerta para riscos dos ‘passaportes de imunidade’

Foto Shutterstock
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A Organização Mundial de Saúde (OMS) alertou hoje para os riscos associados à ideia dos chamados ‘passaportes de imunidade’ assinalando que não existem actualmente evidências de que as pessoas que recuperaram da covid-19 estejam protegidas contra uma reinfecção.

O conceito de ‘passaportes de imunidade’ ou ‘passaportes sanitários’ tem sido referido como uma forma de perceber o nível de imunidade numa determinada comunidade e de permitir que as pessoas que têm anticorpos da doença provocada pelo novo coronavírus possam regressar ao trabalho, mas a OMS considera que são necessárias mais pesquisas sobre esta questão.

A notícia foi avançada pela Associated Press que cita um artigo científico divulgado hoje pela agência da saúde da ONU, com sede em Genebra, que refere que “neste momento da pandemia não há evidências suficientes sobre a eficácia da imunidade” pela presença de anticorpos que permitam garantir a precisão de um “passaporte de imunidade” ou de um “certificado sem risco”.

A OMS alerta ainda que as pessoas que assumem estar imunes a uma reinfecção por covid-19 poderão ter tendência para ignorar os conselhos das autoridades públicas de saúde, pelo que os referidos ‘passaportes’ podem aumentar o risco de transmissão contínua do vírus.

A agência da saúde da ONU acrescenta ainda que os testes para medir a presença de anticorpos do novo coronavírus também requerem “validação adicional para determinar a sua precisão e fiabilidade”.

Ao longo dos últimos dias vários países avançaram com a realização de testes para detectar a presença de anticorpos do novo coronavírus, estando também em estudo hipóteses de criação de ‘passaportes de imunidade’ ou de ‘passaportes sanitários’.

A nível global, segundo um balanço da AFP, a pandemia de covid-19 já provocou cerca de 200 mil mortos e infectou quase 2,8 milhões de pessoas em 193 países e territórios.

Mais de 736 mil doentes foram considerados curados.

Os Estados Unidos são o país com mais mortos (50.360) e mais casos de infecção confirmados (cerca de 884 mil).

Seguem-se Itália (25.969 mortos, em quase 193 mil casos), Espanha (22.524 mortos, quase 220 mil casos), França (22.245 mortos, mais de 159 mil casos) e Reino Unido (19.506 mortos, mais de 143 mil casos).

Em Portugal, morreram 854 pessoas das 22.797 confirmadas como infectadas, e há 1.228 casos recuperados, de acordo com a Direcção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detectado no final de Dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa 4,5 mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), encerraram o comércio não essencial e reduziram drasticamente o tráfego aéreo, paralisando sectores inteiros da economia mundial.

Face a uma diminuição de novos doentes em cuidados intensivos e de contágios, alguns países começaram, entretanto, a desenvolver planos de redução do confinamento e em alguns casos, como Dinamarca, Áustria, Espanha ou Alemanha, a aliviar algumas das medidas.

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