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Igreja Maná critica comemorações do 25 Abril e fala em “discriminação”

Foto Shutterstock
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O presidente da Igreja Maná criticou na quinta-feira as comemorações do 25 de Abril no parlamento e acusa o Estado português de “ofensa” e “discriminação” por ter convidado um representante da Igreja Católica para a cerimónia.

Na comunicação, dirigida às principais figuras do Estado, Jorge Tadeu critica a realização das comemorações do 25 de Abril na Assembleia da República, quando “todos os cultos em Portugal” estão fechados, ao abrigo do estado de emergência decretado para conter a propagação do novo coronavírus (covid-19).

Enquanto isso, “as festividades de uma democracia, liberdade e fraternidade que não existem” são mantidas, reprova o líder religioso, qualificando tais decisões de “escandalosas” para com um povo que tem, na sua avaliação, colaborado e apoiado as medidas restritivas impostas.

O parlamento tinha decidido, na semana passada, realizar a sessão solene do 25 de Abril com um terço dos deputados (77 em 230) e menos convidados, estimando um total de 130 pessoas, contra as 700 do ano passado.

No entanto, e depois de alguma polémica em torno das comemorações, os maiores grupos parlamentares decidiram reduzir o número de deputados inicialmente previsto, prevendo-se que no próximo sábado estejam presentes “menos de cem pessoas”, entre parlamentares, convidados, funcionários e jornalistas.

Exigindo respeito pelos que “não podem celebrar os seus cultos”, nem “visitar os seus entes queridos”, a Igreja Maná repudia a autorização de um “aglomerado de pessoas (...) quando todas as igrejas estão fechadas”.

Por outro lado, a igreja cristã protestante evangélica, fundada em setembro de 1984, considera que o convite ao cardeal patriarca de Lisboa, Manuel Clemente, representante da Igreja Católica, culto maioritário em Portugal, viola “a laicidade do Estado” e discrimina “todas as outras confissões religiosas”.

“Num mês em que comemoramos a liberdade e a democracia, deparamo-nos com mais um atropelo grave à Constituição e ao Estado de direito”, avalia Jorge Tadeu. “São laicos quando vos interessa e religiosos quando vos dá jeito, e apenas para uma igreja”, critica.

Portugal contabiliza 820 mortos associados à covid-19 em 22.353 casos confirmados de infecção, segundo o boletim diário da Direcção-Geral da Saúde sobre a pandemia.

Portugal cumpre o terceiro período de 15 dias de estado de emergência, iniciado em 19 de Março, e o decreto presidencial que prolongou a medida até 2 de Maio prevê a possibilidade de uma “abertura gradual, faseada ou alternada de serviços, empresas ou estabelecimentos comerciais”.

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