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Confinamento, militares na rua e proibição de álcool reduziram crimes na África do Sul

A proibição da venda de álcool e o reforço da presença policial e militar no âmbito do confinamento obrigatório de contenção da pandemia do novo coronavírus, reduziram substancialmente a criminalidade na África do Sul, anunciou hoje o ministro da Polícia.

“Devido ao confinamento e à maior visibilidade reforçada pelo destacamento da SANDF (Força Nacional de Defesa) e outras variáveis, como a proibição da venda de bebidas alcoólicas, registámos uma queda significativa na maioria das categorias de crime”, disse o ministro Bheki Cele.

Na apresentação aos jornalistas dos números estatísticos sobre a criminalidade no país, realizada em Durban, litoral do país, o governante referiu que as forças de segurança prenderam 89 pessoas desde 27 de março, data em que passou a vigorar o confinamento obrigatório de 21 dias, que o Governo tenta implementar há cerca de cinco semanas com a ajuda da polícia e do exército.

O ministro informou que os casos de homicídio “decresceram em 1.110 casos” desde 27 de março, comparativamente às ocorrências registadas no período de 29 de março de 2019 a 22 de abril de 2019.

Durante o período de confinamento, foram reportados 432 casos de homicídio, em comparação com 1.542 no mesmo período do ano anterior, representando uma redução de cerca de 72%, segundo o ministro.

Bheki Cele referiu também que os crimes por violação “registaram a queda mais significativa” nos casos relatados (371 casos), para 2.537, comparativamente aos 2.908 registados no mesmo período do ano passado.

A polícia registou “apenas” 443 casos de tentativa de homicídio, o que representa uma diminuição de 857 casos relativamente a 1.300 no ano passado, adiantou o governante sul-africano.

Os assaltos com intenção de causar danos corporais graves, referiu a mesma fonte, diminuiram para 1.758 - uma redução substancial de 10.118 casos comparativamente aos 11.876 casos registados no ano passado, sublinhou.

O governante adiantou que as autoridades de segurança registaram desde o início do confinamento obrigatório, 2.022 crimes de roubo com intenção agravante, representando uma diminuição de 4.632 casos relativamente aos 6.654 casos reportados em 2019.

O roubo de viaturas por ‘carjacking’ também diminuiu durante este período de medidas excecionais em vigor no país, para 219 casos, comparativamente aos 1.146 registados no ano passado, o que significa uma diferença de 927 casos reportados, referiu Bheki Cele.

Relativamente à violência doméstica, o governante sublinhou que as autoridades registaram 3.061 casos relatados desde o início do confinamento, o que se traduz numa redução de 6.929 casos relativamente aos 9.990 casos reportados no mesmo período do ano passado.

A polícia sul-africana prendeu também 131 membros das forças de segurança, funcionários do governo e funcionários públicos, declarou o ministro da Polícia da África do Sul.

Bheki Cele disse ainda que mais de 118 mil pessoas foram acusadas de violar os regulamentos do confinamento, sendo que, “dos que foram presos, 42.388 vão a tribunal”, adiantou o ministro da Polícia.

As autoridades da Saúde sul-africanas anunciaram hoje 7 novos óbitos por covid-19, elevando para 65 o número de mortos declarados desde o primeiro caso positivo de infeção reportado em 5 de março.

O número de casos positivos de infeção por covid-19 na África do Sul aumentou hoje para 3.635 casos (eram 3.465 casos).

A nível global, segundo um balanço da AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 181 mil mortos e infetou mais de 2,6 milhões de pessoas em 193 países e territórios.

Mais de 593.500 doentes foram considerados curados.

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