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Crianças devem ser protegidas das consequências, diz António Guterres

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O secretário-geral da ONU apelou hoje às famílias e aos dirigentes “a todos os níveis” para que se protejam as crianças que, apesar de não serem as principais vítimas da pandemia de covid-19, poderão sofrer significativamente com as consequências.

“Numa altura m que a recessão mundial acelera, poderá haver centenas de milhar de mortes suplementares de crianças em 2020”, frisou António Guterres num comunicado em que apresenta um relatório sobre o impacto da pandemia nos jovens.

Segundo a ONU, esta estimativa poderá anular em um ano os dois a três anos de progressos obtidos na baixa da mortalidade infantil.

Ao verem encerradas as escolas em todos o mundo, as crianças poderão sofrer ainda com a fome, uma vez que cerca de 310 milhões de estudantes dependem dos estabelecimentos de ensino para se alimentarem ao mínimo no dia-a-dia, afirmou.

António Guterres lembrou que 188 dos 193 Estados-membros da ONU impuseram o encerramento das escolas, o que tem afeta cerca de 1.500 milhões de jovens.

Para o secretário-geral das Nações Unidas, o confinamento e a recessão mundial “alimentam as tensões nas famílias” e as crianças “são, por sua vez, vítimas e testemunhas de violência doméstica e de abusos”.

As crianças, prosseguiu, poderão também sofrer no domínio da saúde.

Para combater a propagação de covid-19, as campanhas de vacinação contra o pólio foram suspensas e a imunização contra o sarampo foi interrompida pelo menos em 23 países, indicou.

Terça-feira, várias organizações e fundações estimaram que mais de 117 milhões de crianças poderão ficar privadas da vacina contra o sarampo devido à interrupção das campanhas de vacinação.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), depois da generalização da vacina, introduzida em 1963, o mundo é assolado todos os dois ou três anos por epidemias de sarampo que podem causar cerca de 2,6 milhões de mortes por ano.

A nível global, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 137 mil mortos e infetou mais de dois milhões de pessoas em 193 países e territórios. Mais de 450 mil doentes foram considerados curados.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa quatro mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), encerraram o comércio não essencial e reduziram drasticamente o tráfego aéreo, paralisando setores inteiros da economia mundial.

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