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Moody’s alerta para deterioração da dívida na Europa apesar de pacote de ajuda

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A agência de ‘rating’ Moody’s alertou hoje para a deterioração da dívida dos países europeus assolados pela pandemia de covid-19, apesar do pacote de ajuda aprovado pelo Eurogrupo, de acordo com um comunicado.

A reunião de ministros das Finanças aprovou um pacote de cerca de 540 mil milhões de euros em várias medidas de apoio, no passado dia 09 de abril, mas ainda assim a Moody’s aponta para uma “deterioração dos perfis de crédito, sobretudo em países que já contam com um rácio elevado de dívida face ao PIB [Produto Interno Bruto]”.

A agência acredita que “o pacote, no geral, será mais benéfico para suportar a dívida de Estados-membros cujo financiamento seria mais caro se fosse angariado individualmente”.

A Moody’s disse ainda que um “fundo de recuperação conjunto -- ainda que temporário -- aliviaria a pressão para a redução nos perfis de crédito, se os seus recursos fossem alocados em grande parte aos países mais afetados pela pandemia”.

Recordando que a decisão sobre esta questão será da responsabilidade dos chefes de Estado, a Moody’s acredita que é “improvável” que um programa de recuperação inclua ‘coronabonds’ ou instrumentos financeiros semelhantes.

“Pelo contrário, esperamos que os Estados-membros tenham eles próprios que financiar a maioria dos custos da pandemia”, sublinhou.

A agência de ‘rating’ analisou as medidas aprovadas no dia 09 de abril, que irão ser usadas em conjunto com 750 mil milhões do Banco Central Europeu (BCE) num programa a que chamou Pandemic Emergency Purchase Programme (PEPP).

A Moody’s tem dúvidas sobre a adesão dos países ao financiamento do Mecanismo de Estabilidade Europeu (MEE), de perto de 240 mil milhões de euros, nomeadamente no caso de Itália, devido a “oposição doméstica intensa”.

Quanto ao apoio a esquemas de desemprego temporário também aprovado, o ‘SURE’, a Moody’s aponta que o valor em causa, de 100 mil milhões de euros, é “relativamente pequeno”, tendo em conta programas que estão a ser aplicados pelos países individualmente.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já provocou mais de 120 mil mortos e infetou mais de 1,9 milhões de pessoas em 193 países e territórios.

Dos casos de infeção, cerca de 402 mil são considerados curados.

Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, registam-se 567 mortos, mais 32 do que na segunda-feira (+6,%), e 17.448 casos de infeção confirmados, o que representa um aumento de 514 (+3%).

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