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Fronteiras suíças permanecem abertas após quarentena em Itália

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O Governo suíço disse hoje que está a seguir de perto a situação em Itália, mas mantém as fronteiras abertas, na sequência do decreto de quarentenas em várias localidades italianas, uma medida sem precedentes na Europa.

Segundo a agência France-Presse (AFP), na Suíça há 264 casos confirmados de contaminação pelo Covid-19, sendo que, no cantão suíço de Ticino, na fronteira com Itália, o número de casos já chegou a 45 e continua a aumentar, de acordo com a última contagem oficial publicada no sábado.

Face à escalada do problema, na sexta-feira as autoridades de Ticino proibiram reuniões de mais de 150 pessoas.

Até ao momento, as fronteiras suíças permanecem abertas, sem quaisquer restrições à entrada, continuando a receber cerca de 60.000 passageiros transfronteiriços italianos, que se deslocam à Suíça todos os dias para trabalhar.

O impacto das quarentenas em Itália é ainda incerto para aqueles trabalhadores transfronteiriços.

A Itália anunciou hoje o encerramento de todos os museus, teatros e cinemas em todo o território, até 03 de abril, para combater a propagação do novo coronavírus.

O despacho divulgado no site do Governo determina ainda o encerramento de ‘pubs’, salas de jogos, escolas de dança, discotecas e outros locais semelhantes, em todo o território nacional.

Por outro lado, ainda será possível fazer compras durante a semana ou ir a um bar ou restaurante, desde que seja respeitada a distância de segurança de pelo menos um metro entre os clientes.

O decreto também estabelece a suspensão de todos os eventos desportivos, exceto aqueles com atletas profissionais que serão disputados à porta fechada.

Horas antes, para anunciar a assinatura do despacho, o primeiro-ministro italiano confirmou a proibição de entradas e saídas de Lombardia, cuja capital é Milão, e Modena, Parma, Placência, Reggio Emilia, Rimini, Pesaro, Urbino, Veneza, Pádua, Verbano Cus- Osola, Treviso, Vercelli, Novara, Asti e Alexandria.

A medida de quarentena, imposta até 03 de abril, similar à que foi tomada em janeiro na província chinesa em Hubei, pode afetar cerca de 16 milhões de pessoas.

Giuseppe Conte esteve às 02:30 horas diante dos jornalistas para explicar que o decreto é difícil, mas necessário para “conter a propagação do contágio”.

“Ao mesmo tempo, devemos reagir para não sobrecarregar os hospitais”, frisou o primeiro-ministro italiano.

“Não podemos mais permitir que as pessoas sejam infetadas”, sublinhou.

“Essas medidas causarão situações problemáticas, mas este é o momento de responsabilidade e não de preparação. Devemos proteger a nossa saúde, especialmente a dos nossos avós”, afirmou.

“Assumimos total responsabilidade política por esta decisão. Estamos convencidos de que essa emergência será superada”, garantiu Giuseppe Conte.

Em Itália, registou-se um total de 233 mortes, enquanto as pessoas infetadas subiram de 1.145 para 5.061, de acordo com os dados mais recentes fornecidos pelo chefe da Proteção Civil, Angelo Borrelli.

Perante o crescimento exponencial de casos, as autoridades da Lombardia tinham solicitado ao Governo para reforçar as medidas com o objetivo de minimizar o surto.

A epidemia de Covid-19 foi detetada em dezembro, na China, e já provocou cerca de 3.600 mortos entre mais de 105 mil pessoas infetadas numa centena de países e territórios.

Das pessoas infetadas, cerca de 60 mil recuperaram.

Em Portugal, estão confirmados 21 casos de infeção e o Governo anunciou a suspensão temporária de visitas em hospitais, lares e estabelecimentos prisionais na região Norte.

Foram também encerrados temporariamente alguns estabelecimentos de ensino secundário e universitário.

No sábado, a ministra da Saúde, Marta Temido, admitiu que o risco da epidemia em Portugal poderá ser reavaliado nas próximas horas, e levar à adoção de novas medidas excecionais.

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