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Portugueses retidos na Austrália lançam petição a pedir repatriamento “com urgência”

Foto EPA
Foto EPA

Os mais de cem portugueses retidos na Austrália e sem trabalho, por causa da pandemia da covid-19, lançaram hoje uma petição, que já conta com 340 assinaturas, a pedirem o repatriamento “com urgência”.

“Os assinantes desta petição veem por este meio pedir ao Ministério dos Negócios Estrangeiros de Portugal ajuda para voltar a Portugal”, lê-se no título do documento.

No documento, os portugueses explicam que, devido “ao estado de emergência mundial” relacionado com a covid-19, ficaram sem trabalho, e perante a ameaça de previsivelmente ficarem sem estadia “se suceder, como em Portugal, o encerramento das residências temporárias como ‘hostels’ e hotéis”.

Por isso, dizem que se sentem “em perigo” e sem possibilidade de se sustentarem monetariamente por tempo indefinido, mas também por falta de meios básicos de sobrevivência, como alojamento.

Neste contexto, consideram que precisam “voltar para Portugal”. “Mas os poucos voos que ainda se realizam para a Europa praticam preços exorbitantes que a maioria de nós não consegue pagar”, acrescentam.

Além disso, mesmo para quem possa comprar existe “o alto risco de cancelamento dos mesmos e a perda do respetivo montante”, reforçam.

Na Austrália, as fronteiras dos estados fecharam e existem estados como Western Australia (WA), sem consulado português, o que impossibilita a ajuda consular aos portugueses aí retidos, acrescentam.

“Pedimos com urgência que se concretize o repatriamento dos portugueses retidos na Austrália, tal como aconteceu já noutros locais”, concluem, no texto da petição.

Na terça-feira, mais de 100 portugueses na Austrália, a maioria a trabalhar no país até à crise da covid-19, apelaram ao Governo para que os ajudasse a regressar a Portugal, já que os serviços consulares portugueses na Austrália estavam a remetê-los para voos comerciais, que, dizem, estão a ser cancelados e “a preços muito elevados”.

O grupo, que inclui alguns turistas portugueses, encontrou-se através da rede social Facebook e agora procura, por via da plataforma Whatsapp, encontrar uma solução conjunta para o seu problema.

O “objetivo comum” é regressarem a Portugal, porque os hotéis, restaurantes e empresas onde trabalhavam fecharam, e sem salário é difícil viverem num país onde “as rendas e alimentação são muito caras”, disse Diogo Sobral.

A Lusa contactou o gabinete da secretária de Estado das Comunidades Portuguesas, Berta Nunes, sobre este pedido, mas ainda não obteve resposta.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou perto de 428 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 19.000.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

O continente europeu, com mais de 226.000 infetados, é aquele onde está a surgir atualmente o maior número de casos, e a Itália é o país do mundo com mais vítimas mortais, com 6.820 mortos em 69.176 casos registados até terça-feira.

Em Portugal, há 43 mortes, mais 10 do que na véspera (+30,3%), e 2.995 infeções confirmadas, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, que regista 633 novos casos em relação a terça-feira (+26,8%).

Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 02 de março, encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de 19 de março e até às 23:59 de 02 de abril.

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