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A fragilidade da nossa economia

Vemos claramente pela atual crise quão frágil é o nosso modelo económico assente em três pilares - turismo, obras sobretudo públicas e Zona Franca – qual deles o mais sensível face a choques externos como seja a guerra convencional ou biológica. Ficamos altamente dependentes dos apoios que o Estado ou a EU nos possa conceder. Mas o pior de tudo é a nossa dependência de produtos com origem no sector primário, agricultura, horticultura, fruticultura, pesca e pecuária a base da nossa alimentação. Num tempo destes era suposto sermos mais fortes nesta área porque pode dar-se o caso destes produtos não poderem também cá chegar. O atual choque externo vai durar pelo menos seis meses segundo estimativa do Estado. Se já tínhamos 30% da população na pobreza imagine-se daqui a seis meses. Como é que as famílias se vão aguentar com 66% do rendimento atual se já tinham dificuldades. É tempo de mudar de paradigma relativamente ao modelo económico seguido até agora que aliás tem tido um fracasso se atendermos à emigração da população que tem sido maior após o 25/Abril. O despovoamento está aí para comprovar. Aproveitemos a ocasião para refletir e deixemo-nos de nos enganar com festas e obras de fachada porque a realidade não pode ser sempre escondida, Há momentos em que a verdade vem ao de cima e a coisa dói imenso. Felizmente que o planeta está a respirar melhor com esta crise porque cerca de um milhão de toneladas de dióxido de carbono por dia está a chegar à atmosfera. Já que o Homem não quer tomar medidas para tornar o planeta sustentável o covid-19 encarrega-se disso.

Manuel João Batista Rosa

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