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Jornalista guineense intimado pelo Ministério Público por queixa de dirigente político

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O jornalista guineense Sabino Santos, da rádio privada Capital FM, disse hoje à Lusa que foi intimado a comparecer na quarta-feira no Ministério Público para ser ouvido no âmbito de uma queixa-crime movida por um dirigente político.

Segundo o jornalista, a queixa-crime foi movida por Doménico Sanca, antigo ministro e dirigente do Movimento para a Alternância Democrática (MADEM G-15), segunda força política no parlamento, atualmente no Governo nomeado pelo autoproclamado Presidente, Umaro Sissoco Embaló.

Na página Facebook da estação, pode-se ler que o dirigente sustenta a sua queixa contra Sabino Santos com a alegação de que aquele teria lesado a sua honra num dos debates ao “lançar suspeitas de prática de crime de alteração do Estado de direito” na Guiné-Bissau.

Em declarações à Lusa, Sabino Santos disse estar “de consciência tranquila e pronto para responder à justiça”, com a convicção de não ter cometido “nenhum crime”.

Na publicação na rede social, ainda se refere que a queixa de Doménico Sanca estará a fazer referência ao programa Debate Nacional, moderado por Sabino Santos, aos sábados, onde é discutida a situação política guineense.

Também notificado para comparecer na Vara Crime do Ministério Público, em Bissau, na quarta-feira, está o advogado, líder partidário e comentador no Debate Nacional, Silvestre Alves, também acusado por Doménico Sanca.

Sabino Santos e Silvestre Alves são indiciados, segundo a notificação, como suspeitos “nos termos do artigo 192.º e seguinte do Código do Processo Penal” guineense, assinalam os pedidos de comparência de ambos, ao qual a rádio faz referência na sua página do Facebook.

Em cinco anos de emissão, esta é a primeira vez que um jornalista da Capital FM é chamado a responder na justiça “por uma queixa de uma figura política”, assinala a estação dirigida por Lassana Cassamá.

Criada por jovens jornalistas, a Capital FM destaca-se pela forma acutilante como aborda questões ligadas à política guineense, assumindo-se como “rádio comprometida com a democracia”.

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