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Bloco quer independentes em conselho científico permanente contra a covid-19

Catarina Martins acha incompreensível que Portugal seja dos poucos países desenvolvidos sem este mecanismo

Líder do Bloco de Esquerda, aqui ainda nos Açores, que está em processo eleitoral.  Foto ANDRÉ KOSTERS/LUSA
Líder do Bloco de Esquerda, aqui ainda nos Açores, que está em processo eleitoral.  Foto ANDRÉ KOSTERS/LUSA

A coordenadora do BE, Catarina Martins, propôs hoje a criação de um conselho científico para responder à pandemia, que funcione de forma permanente e independente, considerando incompreensível que Portugal seja dos poucos países desenvolvidos sem este mecanismo.

Catarina Martins reuniu-se hoje, em Lisboa, com profissionais de saúde e especialistas, para debater o agravamento da pandemia e as opções do Orçamento do Estado para 2021 para o Serviço Nacional de Saúde (SNS), tendo no final, aos jornalistas, apresentado uma proposta do BE que "é unânime nos especialistas" e que é urgente implementar.

"Portugal é um dos poucos países desenvolvidos que não tem neste momento nenhum mecanismo de aconselhamento científico continuado e independente que possa sinalizar escolhas políticas de resposta à pandemia", apontou.

A coordenadora do BE referiu que "o Conselho Nacional de Saúde Pública não reúne desde março" e "o Conselho Nacional de Saúde reúne quando o Governo pede para ser convocado", não tendo sido criada "nenhuma comissão científica de acompanhamento da pandemia".

"Portugal precisa de ter, como há noutros países, uma dimensão de aconselhamento científico e técnico, permanente e contínuo, do Governo que estude o que se está a passar e que permita uma resposta integrada", propôs.

Na perspetiva de Catarina Martins, não é possível atravessar a "situação de enorme delicadeza na saúde pública e em tantos hospitais centrais na resposta à covid-19" e continuar apenas com "medidas isoladas que estão a ser anunciadas sem esse devido estudo e acompanhamento".

"Naturalmente, a política não é feita por conselhos técnicos, mas seguramente que o estudo e a informação que esse acompanhamento pode trazer é essencial e é incompreensível, como digo, que Portugal seja um dos únicos países desenvolvidos que não tem essa capacidade de ter um acompanhamento técnico, consistente, contínuo e independente no terreno para pensar os vários passos de resposta à pandemia e o que fazer nas diversas situações", justificou.

Portugal contabiliza pelo menos 2.181 mortos associados à covid-19 em 99.911 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS).

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