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Políticos brasileiros querem punir humoristas do Porta dos Fundos

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Políticos brasileiro querem punir os humoristas do Porta dos Fundos, autores de um especial de Natal sobre Jesus Cristo e sua família, lançado pelo grupo na plataforma Netflix.

O especial de Natal “A primeira tentação de Cristo” representa Jesus como um jovem que terá tido uma experiência homossexual e também insinua que o casal bíblico Maria e José viveram um triângulo amoroso com Deus.

O deputado federal (membro da câmara baixa do Congresso) Júlio Cessar Ribeiro escreveu nas suas redes sociais que encaminhou um ofício ao ministro da Justiça do Brasil, Sérgio Moro, solicitando “apuração e representação criminal” contra os humoristas do Porta dos Fundos.

O parlamentar alega que os humoristas violaram o artigo 208 do Código Penal brasileiro ao “vilipendiar publicamente ato ou objeto de culto religioso”.

Na Assembleia Legislativa do estado brasileiro de São Paulo o caso gerou um pedido de abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), um instrumento legal que dá aos parlamentares o direito de investigar um facto que seja muito importante para a vida pública e para a ordem constitucional, legal, económica ou social do país.

O pedido para iniciar uma CPI e investigar os humoristas do Porta dos Fundos partiu de três deputados do Partido Social Liberal (PSL) e Republicanos, siglas conservadores que reúnem apoiantes de direita.

Já os humoristas do “Porta dos Fundos” usaram as redes sociais para defenderem o especial.

Gregório Duvivier, que interpreta o papel de Jesus na produção escreveu no Twitter que “não pode rir de religião, só de preto, viado [homossexual] e pobre”.

A Assembleia Legislativa do estado de São Paulo informou que o deputado regional Altair Moraes (Republicanos), autor do pedido de CPI contra o Porta dos Fundos, tem quase 50 assinaturas de colegas para iniciar a investigação.

No entanto, o pedido de abertura de CPI será entregue depois de 03 de fevereiro de 2020, quando os parlamentares de São Paulo regressam aos trabalhos.