O presidente da ANA -- Aeroportos de Portugal, Ponce de Leão, defendeu hoje que a sazonalidade do turismo no Algarve está a aumentar, porque o destino foi "pelo caminho mais fácil, que não é o melhor".

Na conferência sobre "Infraestruturas Aeroportuárias: Competitividade e Desafios", em Lisboa, o gestor considerou "muito difícil trabalhar no Algarve", explicando que se impõe "uma atuação integrada dos operadores turísticos, das entidades de promoção turística e do próprio aeroporto para se conseguir trazer pessoas durante o período de inverno".

Ponce Leão realçou que a ANA está a fazer a sua parte ao reduzir as taxas aeroportuárias no inverno e ao dar incentivos para que companhias como a British Airways e a Lufthansa retomem ligações diretas aos grandes 'hubs' [plataforma estratégica de operações] internacionais.

"Queremos que os turistas de outros continentes cheguem a Faro em duas pernas [escalas], em vez de três, o que significa perder um dia à chegada e outro à partida", declarou o gestor escolhido pela Vinci para continuar à frente da ANA após a privatização da empresa gestora dos aeroportos portugueses.

O presidente da ANA adiantou que a taxa de penetração no turismo externo inglês é superior a 50%, enquanto no turismo alemão se fica pelos 1,7%, o que revela que "não se está a vender o produto certo".

"Não basta ter acessibilidades. Quem vem tem que ter um produto adequado". E, acrescentou: "O Algarve não está preparado, porque a sazonalidade está a aumentar, porque ficou pelo mais fácil".

Acontece que a concorrência como destino de "sol e praia" é cada vez mais feroz, o que obriga a uma estratégia integrada para fornecer outros produtos, adiantou.