Turismo

Hotelaria gerou quase 2,4 mil milhões em 10 anos

Nos últimos 10 anos (2004 a 2013) a Hotelaria madeirense acumulou em proveitos totais algo como 2.391.983.000 euros, ou seja quase 2,4 mil milhões de euros deixado pelos turistas tanto pela ocupação dos quartos como pelas outras despesas efectuadas nos serviços das unidades.

Neste período os gastos dos turistas, que deram a ganhar tantos milhões ao sector hoteleiro regional superaram os valores que tinham sido proveitos totais nos 21 anos anteriores. De 1982 a 2003 (os dados disponíveis não vão mais além deste ano) os proveitos totais  ascenderam a 2.184.144.000 euros (valores arredondados), que é pouco mais de 2,18 mil milhões de euros.

O gráfico dá uma ideia de como evoluíram os proveitos totais da Hotelaria nestes 31 anos e que, cumulativamente significa que foram  mais de 4,57 mil milhões de euros, grande parte deste valor em proveitos de aposento. Nesses últimos 10 anos em destaque, os proveitos de aposento representaram mais de 1,6 mil milhões de euros dos proveitos totais. Percentualmente são quase 70% dos quase 2,4 mil milhões de euros.

De frisar que os proveitos totais têm tido, claramente, uma tendência crescente, a que se deve alguns factores como a inflação natural em três décadas, o aumento dos preços por cama também naturais num destino que quer estar em crescimento/desenvolvimento, bem como ao aumento do número de camas disponíveis, número e dimensão das unidades hoteleiras em funcionamento.

Nota ainda para as diferenças entre o que os proveitos de aposento representaram nos 21 anos anteriores 1.605.485.000 euros, cerca de 73,5% de todo o dinheiro arrecadado com as estadias dos turistas. Ou seja, em 10 anos os proveitos de aposento diminuíram a sua importância na gestão dos hotéis, passando estas a retirar melhor proveito de outros serviços, como a área de ‘food & beverage’ (alimentos e bebidas).

Nos últimos dois anos, por exemplo, essa situação é evidente. Em 2012 (um mau ano para o sector e para o turismo, em geral), os proveitos totais foram de pouco mais de 250 milhões de euros, dos quais 154,1 milhões de aposento. Ou seja apenas 61,6% foram pelo pagamento da ocupação dos quartos. No ano passado, dos 272 milhões de euros de proveitos totais, quase 171 milhões foram de proveitos de aposento. Representa uma ligeira melhoria para os 62,8%.

Já no primeiro trimestre deste ano, cujos dados já foram divulgados e noticiados, dos 57,1 milhões de euros arrecadados, 35,2 milhões foram da ocupação dos quartos. Para já, 2014 volta a cair (61,6%) na importância do rendimento dos quartos para as contas das unidades hoteleiras.

Para terminar, uma curiosidade em jeito de pergunta:sabe qual foi o melhor mês, em termos de proveitos totais, da Hotelaria madeirense nestes 31 anos e três meses?A resposta: de Janeiro de 1982 a Março de 2014, o mês recorde dos proveitos totais foi Agosto de 2014, com uns impressionantes 34,367 milhões de euros, que superam o mesmo mês do até agora ano recorde de 2008 (33,335 milhões de euros.

Mais de 25,8 milhões de hóspedes entrados

Os dados da Direcção Regional de Estatística da Madeira, no que toca a hóspedes entrados são bem mais abrangentes, embora menos acertivos do que os valores dos proveitos totais. Assim, desde Janeiro de 1976 até ao primeiro trimestre de 2014 deram entrada nos estabelecimentos hoteleiros da Madeira e do Porto Santo um total de 25.843.133 de hóspedes.

Factos curiosos é que desde 2003 , primeiro ano em que se ultrapassou a fasquia do um milhão de hóspedes, só por três vezes o número de hóspedes entrados ficou abaixo desse valor de referência (2004, 2010 e 2012), isto claro apenas contabilizando os anos completos; mas também que em 1976 deram entrada um total de 265.582 hóspedes e em 2014, que só vai com três meses contabilizados, já tem 220.540 hóspedes entrados, o que demonstra o quanto evoluiu, em toda a linha o turismo regional.