O presidente da Confederação do Turismo Português (CTP), Francisco Calheiros, acredita que o setor não vai querer perder a oportunidade de contribuir mais para a promoção do destino Portugal, tal como tem apelado o secretário de Estado do turismo.

Questionado pela Lusa sobre o apelo que o secretário de Estado do Turismo voltou a fazer ao setor, na quarta-feira na BTL - Feira Internacional de Turismo, para que contribuíssem mais para a promoção de Portugal, Francisco Calheiros afirmou que a CTP e Adolfo Mesquita Nunes estão "completamente sintonizados".

"Concordo com tudo [o que foi dito pelo secretário de Estado]. Primeiro, o secretário disse, e volta a insistir, que fez o desafio aos privados para participarem mais na promoção. Estou completamente de acordo. Segundo, criticou quem criticou algo que não existe, estamos completamente de acordo. E no limite disse - e infelizmente tenho que estar de acordo - que se os privados não estiverem interessados ele trata do assunto. Estou de acordo", afirmou Francisco Calheiros à Lusa, acrescentando depois estar convicto que "o setor está completamente disponível e vai, com certeza, assumir as suas responsabilidades".

Na quarta-feira, o secretário de Estado do Turismo disse que a estratégia de promoção do destino Portugal vai manter-se e que é necessário o setor organizar-se de forma a conseguir aumentar as verbas canalizadas para o efeito.

"Quando o Governo tiver um modelo pronto a ser discutido, discuti-lo-emos e com transparência. Verão que não vem de lá nem o horror, nem o caos, nem o fim das regiões, nem o fim das agências, nem o fim do mundo. Virá uma tentativa de ter mais dinheiro e melhor promoção. Se o setor não quiser, amigos como dantes", disse ainda Adolfo Mesquita Nunes, numa alusão às críticas e receios de alguns agentes do setor sobre o modelo que poderá vir a ser implementado para que o setor privado contribua mais para a promoção.

Francisco Calheiros, que defende a ideia do governante, está otimista que a medida possa vir a acontecer em 2015.

"A ideia que tenho defendido é muito simples: trabalho no turismo há 30 anos, há 30 anos que aquilo que vejo é uma ambição grande dos privados em poderem participar mais na promoção do país. Acho que não vamos perder a oportunidade, depois deste convite, de fazer isso", afirmou.

"No seio da CTP, este assunto já foi estudado e votado. Todos, sem exceção, sem um voto contra, aprovaram. Relembro que temos na CTP companhias aéreas, aeroportos, casinos, restaurantes, agências de viagens, operadores, tudo. Ninguém foi contra", reforçou.

Na quarta-feira, na entrega de prémios Publituris, Mesquita Nunes, no apelo que fez ao setor, relembrou: "Disse ao setor, e mantenho, que existe um défice de participação e financiamento dos privados em matéria de promoção ao nível nacional. Ela existe a nível regional, todos vivem com isso, mas não existe a nível nacional. Disse ao setor, e mantenho, que as restrições orçamentais a que estamos sujeitos e a existência de um novo quadro comunitário empurram o setor para a necessidade de se organizar para, com autonomia mas com o apoio do Estado, conseguir aumentar as verbas disponíveis para a promoção".