As redes hoteleiras portuguesas Vila Galé e Dom Pedro estão a apostar na construção e na administração de moradias com infraestrutura de 'resorts' no Brasil, inseridas ou ao lado dos complexos para hóspedes.

Nos dois casos, os compradores dos apartamentos têm o direito a usufruirem da área de lazer dos 'resorts' e do serviço de quarto, mediante pagamento.

No caso da rede Dom Pedro, dois edifícios com 300 apartamentos estão a ser construídos dentro do complexo Laguna, no estado do Ceará. O resort, construído há dois anos ao longo de uma lagoa, disponibiliza praia, piscina e campo de golfe aos hóspedes.

O financiamento dos novos edifícios é feito por duas empresas brasileiras, segundo o diretor de vendas e marketing, Pedro Ribeiro. O investimento total no 'resort' é da ordem de 500 milhões de dólares (cerca de 381 milhões de euros), em parceria com duas outras empresas e um fundo de investimento.

A rede Vila Galé também está a aproveitar a área do seu 'resort' na Vila do Cumbuco, no Ceará, para a construção de moradias, com 16 'bungalows' e 314 apartamentos, num condomínio de 70.000 metros quadrados. O projeto imobiliário foi lançado em parceria com a empresa Diagonal.

Cerca de 30% dos apartamentos já estão vendidos, segundo disse o diretor de vendas e marketing do  Vila Galé, Gonçalo Rebelo de Almeida. A rede também planeia inaugurar, em outubro de 2014, mais um hotel no Brasil, o Vila Galé Rio de Janeiro, com o tema bossa nova.

Representantes de três redes hoteleiras portuguesas presentes no Brasil, Tivoli, Vila Galé e Dom Pedro, afirmaram ainda apostar numa maior frequência de hóspedes no Brasil este ano, devido à valorização do dólar e do euro face à moeda local, o real.

"O esforço é levar mais brasileiros aos hotéis em Portugal. Mas, com o dólar alto [em relação ao real], mais estrangeiros escolhem o Brasil, o que beneficia os hotéis no país", afirmou Cristian Bernardi, diretor de vendas e marketing do grupo Tivoli, que possui dois hotéis no Brasil.

No caso do hotel Dom Pedro Palace, em Lisboa, os hóspedes brasileiros representam 30% dos clientes.

Os representantes dos hotéis estão em São Paulo para a 41.ª Feira de Turismo das Américas da Associação Brasileira de Agências de Viagens (ABAV), que começou nesta quarta-feira, e contou com a presença do secretário de Estado do Turismo português, Adolfo Mesquita Nunes.

Os responsáveis dos três grupos hoteleiros portugueses concordam que a presença de hotéis nos dois países incentiva um intercâmbio de hóspedes dentro de cada rede. "Temos uma presença grande em Portugal e os nossos clientes escolhem a rede no Brasil. Mais recentemente, temos sentido o contrário, pois há muita divulgação dos hotéis de Portugal nos 'resorts' no Brasil", disse Gonçalo Rebelo de Almeida.