Agências de viagem pedem pacto de regime para o sector
O presidente da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT) apela aos partidos políticos para que estabeleçam um pacto de regime para o setor de forma a não haver um constante regresso "à casa de partida".
No âmbito do Dia Mundial do Turismo, que se comemora na sexta-feira, o dirigente da APAVT, Pedro Costa Ferreira, afirmou à Lusa, que "gostaria muito que, de uma vez para sempre, a política do turismo em Portugal pudesse soltar-se dos ciclos políticos". O responsável pede, por isso, um afastamento entre a estratégia a seguir das questões ideológicas que permita à tutela dar mais espaço aos privados, pois são estes "que estão com a mão na massa e que têm que resolver" os seus problemas.
"Gostava muito, enquanto representante associativo, de assistir a uma espécie de pacto de política turística em relação a uma série de questões-base que não têm a ver com questões ideológicas", afirmou Pedro Costa Ferreira, que realçou que o setor do turismo nacional vai "contar este ano uma história bonita" devido aos resultados positivos.
A "esmagadora maioria dos mercados emissores estão a crescer em Portugal, a ocupação está a crescer, todos os números relacionados com o turismo estão melhores do que no ano anterior", disse o presidente da APAVT.
Assim, sublinha: "Neste sentido só podemos estar satisfeitos porque a direção é a direção certa".
"Dito isto, existem ainda grandes desafios para Portugal, o maior deles naturalmente é como é que em tempo útil resolvemos o problema da fraca taxa de ocupação nas camas portuguesas [da hotelaria]. Por melhor que o turismo se vá portando a verdade é que há ainda uma disparidade muito grande entre a oferta de camas e a sua procura e isso provoca uma série de problemas ao país enquanto destino e uma série de problemas de rentabilidade às empresas", acrescentou Pedro Costa Ferreira.
Numa entrevista publicada esta semana na Revista Turismo de Lisboa, o presidente da Associação da Hotelaria de Portugal (AHP), Luís Veiga, afirmou que a entrada de turistas estrangeiros este ano "poderá facilmente obter uma taxa de crescimento perto dos 4%" se forem definidas "estratégias corretas mercado a mercado".
No começo do mês, a AHP revelou que o primeiro semestre registou aumentos na taxa de ocupação e no preço médio de 3% e 4%, respetivamente, ganhos que aquela associação classificou como "muito modestos".
Em comunicado, a AHP referiu que a taxa de ocupação por quarto nos primeiros seis meses do ano foi de 53,53%, enquanto o preço médio por quarto foi de 33,37 euros, tendo, porém, a receita média por turista caído 2% para 95 euros.