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Cardiologistas pedem ao Governo maior protecção para doentes no activo

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A Sociedade Portuguesa de Cardiologia (SPC) enviou hoje uma carta ao primeiro-ministro, António Costa, solicitando que o executivo implemente medidas de “protecção especial” para os doentes cardiovasculares, mais afectados pela covid-19, profissionalmente activos, revelou o presidente Victor Gil.

“Face ao especial risco de mortalidade dos doentes cardiovasculares, que é muito alto, preocupam-nos as pessoas com menos de 70 anos, que estão no activo, a trabalhar, seja em que profissão for, porque há muitos que não podem fazer o trabalho à distância”, disse à agência Lusa o responsável.

Victor Gil salientou que estas pessoas, apesar de não estarem qualificadas para receber uma baixa médica, uma vez que não têm neste momento uma doença incapacitante, são mais frágeis, e estão mais expostas a contrair covid-19 pela necessidade de manutenção dos empregos.

“Nós não podemos dar baixa, porque elas não estão doentes, mas não está prevista uma protecção especial para estas pessoas”, sublinhou o líder da SPC, que sugeriu a possibilidade de ser criado um instrumento de protecção “equivalente a uma baixa médica”.

De resto, a entidade está “totalmente disponível para colaborar” com o Governo na definição de um “subgrupo de doentes” mais expostos, com base em relatórios médicos, face ao extenso universo de doentes cardiovasculares em Portugal com menos de 70 anos.

Segundo Victor Gil, só em termos de insuficiência cardíaca estão identificados no país 350 mil doentes das mais variadas idades.

“Claro que muitos são idosos, mas também haverá um número grande de pessoas no ativo. Estamos a falar de milhares de pessoas que precisam de mais protceção”, vincou.

Na carta enviada a António Costa, a que a Lusa teve acesso, lê-se que, no que toca ao novo coronavírus, “de todas as comorbilidades estudadas, os doentes com patologia cardiovascular desenvolvem infeções respiratórias mais graves e têm menor capacidade de as resistir do que resulta, infelizmente, uma taxa de mortalidade mais elevada”.

A SPC mostrou-se também preocupada com uma “pressão ainda maior” para o sistema de saúde se estes doentes cardiovasculares vierem a ser infectados.

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