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Profissionais de saúde e os aplausos que soam a pouco

Neste tempo de pandemia e de ameaça à saúde pública, os homens e as mulheres que se colocam na linha da frente a nos defender, proteger e cuidar, apesar dos riscos de contágio, são os e as profissionais que trabalham na área da saúde, desde os dos departamentos clínicos, aos de apoio ao funcionamento das instituições. Fazem parte dos milhares de madeirenses que, apesar das circunstâncias, dos filhos menores e ou outros dependentes que também têm a seu cargo, e dos medos inerentes à fragilidade humana, cumprem o seu horário de trabalho na íntegra e, em muitos casos, por necessidades inadiáveis do serviço, prolongam o seu horário normal.

Todavia, estes mesmos enfermeiros e enfermeiras, médicos e médicas, assistentes operacionais e outros técnicos(as) que contactam diretamente com os (as) utentes que vão chegando aos serviços, independentemente da gravidade do seu estado de saúde, não se tornaram imprescindíveis, dedicados e competentes apenas agora perante esta inédita situação de gravidade extrema. Na verdade, em todos os outros contextos de normalidade, de uma forma geral, tiveram sempre uma atitude de enorme profissionalismo no seu trabalho diário.

Quem tem a oportunidade de frequentar, com regularidade, por exemplo, o Hospital Dr. João de Almada, uma das instituições de saúde que cuida de pessoas pertencentes a grupos de risco elevado, devido à idade e à doença, pode testemunhar a forma competente, responsável e ética com que os e as profissionais de saúde, incluindo os e as operacionais, vêm desempenhando a sua missão. Nos tempos de hoje, devido aos perigos iminentes do Coronavírus, a azáfama cresceu, significativamente. O ar de preocupação irradia do seu olhar, as rotinas adaptaram-se às especificidades do momento, mas não recuaram perante os riscos que surgiram, nem diante do rigor de novos procedimentos exigidos, antes pelo contrário, continuam a trabalhar com idêntica qualidade, com o mesmo espírito de sacrifício e prestam o melhor apoio e carinho possíveis aos doentes internados. Não tenho dúvidas de que esta é a atitude de todos os que trabalham nos Hospitais Dr. Nélio Mendonça e Marmeleiros.

Os operacionais e as operacionais que assumem a responsabilidade das desinfeções e das limpezas profundas e repetidas, dos cantos e recantos, dos quartos dos doentes, das camas, das cadeiras, dos chãos, dos corrimões, das portas, das janelas e restantes espaços de circulação, merecem uma palavra de apreço e um reconhecimento especial pela sua função tão sensível, específica e importante no âmbito da prevenção que faz toda a diferença, nesta luta desigual contra o contágio.

Os e as profissionais de saúde granjeiam, sem qualquer hesitação, louvores, palavras de conforto, respeito e sentido aplauso, não obstante, para além destas honrosas manifestações de reconhecimento, devido, por um lado, à especificidade do seu trabalho e, por outro, ao nível de exposição e riscos que assumem, dia a dia, urge garantir a todos e a cada um deles os equipamentos de segurança essenciais à sua proteção, sem falhas nem desculpas, a par da melhoria das condições laborais, mormente no âmbito salarial.

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