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Mais testes em todas as idades fazem a diferença na Alemanha

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Mais testes a pacientes de todas as idades, e muitos sem sintomas, ajudam a justificar a baixa taxa de letalidade da Alemanha em relação a países como Itália, Espanha e França, acredita o virologista Martin Stürmer.

“Realizamos muito mais testes na Alemanha, e não apenas em ambiente hospitalar. Se observarmos a distribuição etária das pessoas infetadas, podemos ver claramente que temos muitos casos entre os 15 e os 34 anos e os 35 e 59 anos de idade”, revelou à agência Lusa o especialista alemão.

A Alemanha realiza cerca de 160 mil testes por semana. É também o país da União Europeia com mais camas disponíveis nos cuidados intensivos, cerca de 28 mil, e o governo pretende duplicar este número.

De acordo com os números oficiais do Instituto Robert Koch, a Alemanha regista perto de 30 mil casos do novo coronavírus, números que não ficam muito longe dos verificados em Espanha, por exemplo.

Ainda assim, apesar de estar entre os cinco países do mundo com mais casos, só esta semana ultrapassou a centena de vítimas mortais, uma taxa de letalidade inferior a 0,5%.

“Vemos, na minha opinião, um padrão de casos mais representativo na Alemanha, em comparação com Itália, onde maioritariamente os casos severos foram testados”, revelou Martin Stürmer.

“Acredito que a taxa de mortalidade em Itália caia quando eles puderem determinar o número completo de casos, incluindo aqueles que têm sintomas leves ou não têm sintomas”, acrescentou.

O virologista defende que a diferente distribuição etária nos países, os contactos familiares mais ou menos frequentes e intensos, incluindo com os idosos, e fatores ambientais também podem contribuir para a variação dos números.

O número de casos novos na Alemanha tem variado entre 2 mil e 4 mil, “mais baixos do que em outros países com um grande número de infetados”, adiantou Martin Stürmer, “principalmente quando comparados à situação atual em Espanha, Itália ou Estados Unidos”.

“Se compararmos com Itália, o surto na Alemanha está cerca de uma a duas semanas atrasado, o que pode também explicar essa diferença. A situação nos Estados Unidos é bem diferente, começaram agora a testar de uma forma abrangente, por isso vemos um aumento dramático nos novos casos”, realçou o especialista.

No domingo, a Angela Merkel proibiu, durante pelo menos duas semanas, encontros de mais de duas pessoas, com a exceção de famílias ou de quem viva na mesma casa.

A chanceler alemã encontra-se em quarentena, depois de ter tido contacto com um médico que foi posteriormente diagnosticado com covid-19. O primeiro teste efetuado deu negativo.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 400 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram cerca de 18.000.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

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