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Madeira

Especialista defende mais campanhas contra obesidade na Madeira

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O médico do Centro Hospitalar do Funchal António Quintal defende a criação de mais campanhas de sensibilização contra o excesso de peso e a obesidade mórbida na Madeira, que afetam 70 por cento da população da região.

Na véspera do Dia Mundial da Obesidade, o coordenador do Núcleo de Cirurgia de Obesidade e de Doenças Metabólicas do Hospital Central do Funchal lamenta que as pessoas não encarem o excesso de peso e a obesidade como uma doença que “encurta a vida”.

“O problema é que as pessoas não encaram a obesidade como uma doença que efetivamente é muito grave, que provoca o encurtamento da esperança de vida e que pode ir até menos nove a dez anos consoante a sua gravidade”, alerta o médico.

“Na Madeira existe um número de pessoas com excesso de peso que ronda os 41,2% e com obesidade mórbida 29,1 %. Isto dá cerca de 70% da população com excesso de peso e de obesidade mórbida, número que é superior ao país, que andará à volta dos 57%”, acrescenta.

Segundo António Quintal, a lista de espera para cirurgia bariátrica no Serviço Regional de Saúde da Região Autónoma da Madeira é de 200 pessoas, as quais aguardam cerca de dois anos pela mesma.

“Nós temos cerca de 200 doentes em lista de espera, o máximo da nossa produção anual é operar 50 a 60 doentes por ano”, diz o médico, sublinhando que a obesidade mórbida na Madeira “é de 29,1%, ou seja, cerca de 49 mil doentes”.

“Não chegamos nem de longe, nem de perto”, observa.

Apesar de o Sesaram dispor nesta área de um programa que envolve cirurgia e uma equipa que inclui áreas como a nutrição, psicologia, enfermagem e endocrinologia, António Quintal lamenta a falta de adesão da população.

“O que nós verificamos é que a população não adere, não há uma sensibilização junto da população para esse facto, há algum receio em aderir ao tratamento cirúrgico”, afirma, sublinhando que “havendo mais divulgação e informação provavelmente o número destes doentes a receber tratamento aumentará porque há capacidade instalada para operar mais doentes”.

De acordo com o médico, “este tipo de esclarecimento não está feito junto da população, deveria ser levado a cabo nos centros de saúde e pelos médicos de família, que os deveriam encaminhar para a equipa multidisciplinar do Sesaram”.

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