Relâmpagos (time out, a traduzir para o cabo-verdiano um livro de haicais)
Preciso de tempo/ espaço para pensar, criar, organizar e gerir. O mês de julho em seu zénite e o de agosto servirá para isso. Para a manutenção da máquina e da engrenagem. E para novamente ousar…do zero ao infinito. O software, agora no aconchego do regresso a casa, também precisa de repouso e de remanso para, depois, tornar-se ao mundo.
Acompanho, pela televisão, os distúrbios e os actos de vandalismo nas ruas. A arruaça tem causa e consequência. O Estado não consegue lidar com os esgares da miséria, da fome e da raiva. E o povo em marcha legítima reivindica pão e palavra. O bem-estar e a qualidade de vida como vetores e motores da mudança. Democracia sempre. Liberdade, igualdade, fraternidade…
Leituras. “Em Nome da Razão Futura: radiografias, testemunhos e correspondências” (Rosa de Porcelana Editora), de Silvino da Luz, recomenda-se, assim como “O Arquipélago das Amnésias” (Rosa de Porcelana Editora”, de Jorge Tolentino. Ainda o livro”Humbertona: Minha vida, o tempo e o modo” (Rosa de Porcelana Editora), de Fátima Bettencourt, a desafiar os nossos leitores.
O livro “A Armadilha do Auto-Engano: Uma Visão Crítica das Relações Entre África e a Europa” (Tinta da China), de Carlos Lopes é a minha recomendação de leitura necessária. O auto-engano, tão freudiano quão político, é questão na nossa ordem do dia.
Debates. Fique bem claro: não sou contra privatizações, assim como não as endeuso como panaceias para as reformas económicas em Cabo Verde. Elas (quando identificadas, justificadas e transparentes) podem ser aceitáveis e trazer benefícios. Mas há casos que não. Não por questões ideológicas, diga-se, mas por racionalidade económica…e por que com malefícios ao interesse público.