Nem nas férias há sossego
Com a chegada das férias escolares, o Funchal volta a enfrentar um problema que já se tornou rotina: o trânsito intenso nas principais vias da cidade. Embora muitos esperem uma redução na circulação automóvel com a pausa lectiva, a realidade é bem diferente. A cidade enche-se de visitantes, residentes em férias e actividades de lazer que tornam certas zonas praticamente intransitáveis durante grande parte do dia.
É certo que o turismo é vital para a economia regional, e que o Verão é uma época de grande movimento, mas torna-se urgente repensar a mobilidade urbana. Zonas como a Avenida do Mar, a rotunda do Infante ou a via rápida nos acessos ao centro tornam-se verdadeiros pontos de estrangulamento. A falta de alternativas eficazes de transporte público, horários irregulares e ausência de soluções para a circulação de quem vive e trabalha no Funchal agravam ainda mais a situação.
É fundamental apostar na melhoria do transporte colectivo, em planos de mobilidade ajustados à realidade sazonal e em incentivos reais para quem opta por deixar o carro em casa. Mais do que críticas, esta carta pretende ser um apelo à acção, para que se pense numa cidade mais funcional e amiga dos seus cidadãos, mesmo (e sobretudo) quando está cheia.
Vanessa Camacho