Quando a culpa é da verdade
Os partidos são todos iguais. Os políticos são todos iguais e vão todos pelo mesmo caminho. Mas será que há pessoas neste país que querem fazer política de forma diferente?
Quando o grande problema de uma sociedade que ao longo de 51 anos (de democracia) foi sendo literalmente manipulada pelos que eticamente deveriam estar ao serviço da cidadania na isenção da passagem da informação, tornou-se num enorme problema para a sociedade aceitar a verdade, por pôr em causas as promessas feitas por oportunistas, vigaristas irresponsáveis questionando o comodismo dos nossos sonhos e a ansiedade das nossas ambições. Quando se ouvem por exemplo: nesta fase onde a comunicação social fala das transferências de jogadores de futebol só se ouvem falar de milhões de um lado para outro, imaginem um cidadão pensionista que recebe pouco mais de 300 ou 400 euros por mês, vai ao supermercado ou à farmácia e depara-se que grande parte desse valor que aufere não consegue suportar minimamente as suas necessidades. Quando se fala em supostos milhões em «investimentos» dum governo que à partida nada produz, e uma família que tem de sacrificar a vida familiar para suportar os gastos fixos de uma sobrevivência, (água, eletricidade, transporte, escola, saúde, alimentação, vestir e segurança, qual o sentimento que paira na cabeça destas pessoas? Quando vemos que por exemplo no Caniçal vão destruir um edifício que outrora foi o centro de saúde pago com o dinheiro dos contribuintes, agora é a solução encontrada para “resolver” uma parte do problema da habitação cedendo a área então ocupada para autoconstrução de habitação, ou seja o terreno é cedido e o utilizador assume a construção da sua casa. É este modelo demagogo e hipócrita que a sociedade tem vivido á sombra desta demagogia. À medida que o tempo passa, a desilusão cresce e a frustração aumenta, a contestação alimentada pela impotência dum povo no qual a liberdade não lhe confiou a participação na evolução da democracia, agora vê a ameaça dessa contestação numa rotulagem e uma narrativa onde os descontentes e os corajosos são apelidados de negacionistas, fascistas, racistas e xenófobos quando a realidade é que foram as sucessivas asneiras cometidas ao longo de mais de meio século que evidenciaram e fomentaram a atual contestação. Quando surge um corajoso a contestar tudo o que de errado se fez até agora, eis que surgem os arautos da democracia e os paladinos da liberdade a apresentarem possíveis soluções que nunca tiveram sucesso ao longo de 50 anos de (experiência democrática).
Portanto não se admirem do crescimento da contestação e a adesão dos cidadãos fartos de promessas incumpridas e que agora seguem uma alternativa de mudança radical dum sistema que não soube aproveitar a liberdade para implementar a autêntica democracia. A derradeira oportunidade de salvar a nação do colapso, e a região da calamitosa gestão que até aqui tem sido apanágio de oportunistas e malabaristas que continuam a achar que democracia é isto. Por situações menos gravosas que aquela que estamos a assistir na atualidade, se impuseram os regimes totalitários, a nossa história é testemunha disso o caso mais recente e evidente que nos tocou e muito, foi a Venezuela destruída pela corrupção e que o povo farto apostou de forma (democrática) na alternativa errada. Ao contrário, existem países onde começam a surgir as soluções com governantes decididos e determinados em resolver os problemas dos seus países e dos seus cidadãos, mas os meios de manipulação/comunicação sustentados pelo sistema continuam a ignorar e pior ainda insistem em ocultar. Vejam-se os caos recentes da República de “El Salvador” onde um jovem presidente aos 38 anos, em 6 anos conseguiu transformar o país mais perigoso e inseguro da América Latina num dos mais seguros do mundo. O mesmo se passa com a Argentina onde Javier Millei (um economista de 54 anos) conseguiu implementar um modelo de gestão que transformou uma aflição/inflação de 26% ao mês para 2,7% o que já é designado do milagre Millei. A democracia poderá dar uma vez mais uma nova oportunidade de reconstruir Portugal, é preciso apostar nos poucos (cidadãos) que ainda restam de corajosos e determinados em salvar Portugal.
A. J. Ferreira