Orgulho e preconceito
José Luís Carneiro (JC) levou o PS a dar uma nova guinada à esquerda com a formação da “Geringonça II” para a eleição autárquica em Lisboa, ao mesmo tempo que pretende “obrigar” Montenegro (LM) a negociar as medidas do governo exclusivamente com o PS, esquecendo os mais de 10 anos da governação socialista de António Costa (AC), 4 deles com BE e PCP, que resultaram no atual lastro de carências a todos os níveis (SNS, Habitação, Educação, Emigração), durante os quais o PSD pouco ou nada contou para o PS sempre pronto a encostar-se à extrema esquerda e com a ajuda de alguns media a manipular a opinião pública no sentido de tentar empurrar o PSD para a extrema direita, recorrendo a mentiras e insinuações torpes, como parece pretender continuar a fazer.
Em face da incapacidade de AC para resolver os problemas mais prementes do País o que o levou à fuga para Bruxelas desprezando a maioria absoluta que os portugueses lhe haviam dado, o PS apesar de ser a 3ª força política na AR arroga-se, num assomo de orgulho e preconceito nada democráticos, o direito de ser o interlocutor exclusivo do Governo.
Disse JC que o PS “nunca pode ser colocado ao nível do Chega”, só que omite uma premissa fundamental, é que quem colocou o PS “ao nível do Chega” foram os eleitores em eleições livres e democráticas e não LM.
O que os eleitores transmitiram também de forma clara e inequívoca foi que a AD liderada por LM foi eleita para governar o País pondo em prática as medidas necessárias de acordo com o seu programa eleitoral, sem restrições quanto aos acordos políticos e democráticos necessários para esse efeito.
LM sempre disse que governaria fazendo acordos à esquerda e à direita conforme fosse necessário para implementar as medidas do governo, pelo que é absurdo que JC venha reclamar por o PS não ter sido incluído no acordo das medidas relativas à emigração das quais desde sempre discordou.
A condescendência com que JC se referiu à polémica da demolição de barracas ordenada pela autarquia do PS em Loures, tem tanto de contraditório como de hipócrita quando diz compreender a situação e pede uma solução com “humanismo e sensibilidade social”, quando foi precisamente durante a governação do PS com a extrema esquerda que se alastrou a miséria das barracas devido à falta de investimento público na construção de habitação social.
Esperemos que o orgulho e o preconceito não impeçam JC e o PS de contribuir politicamente para a resolução dos muitos problemas que foram incapazes de resolver e se agravaram nos mais de 10 anos em que estiveram a governar.
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