A procissão marítima de Câmara de Lobos tem ganho cada vez mais adeptos ao longo dos anos. E este ano não foi excepção.
Na passada terça-feira, milhares de pessoas embarcaram no cais de Câmara de Lobos para participar na ‘procissão dos barcos’, depois da missa presidida pelo padre Pedro Nóbrega.
Seguiram rumo à Calheta 48 embarcações com 2.800 pessoas, assinalando as Festas de São Pedro, com fé e muita animação. E houve até quem aproveitasse para dar um mergulho.

Mas nem sempre foi assim.

A origem desta tradição remonta a uma iniciativa da Confraria do Santíssimo Sacramento, que organizava uma procissão marítima no Dia de Pentecostes, em honra do Espírito Santo.

Segundo explicou ao DIÁRIO Victor Ferreira, responsável pela confraria, foi em 2016 que a festa passou a celebrar-se no mar, a bordo de um catamarã que rumou até à Ribeira Brava. A viagem contou com os membros da confraria e também com populares, que adquiriram bilhetes para participar.

O evento ganhou força no ano seguinte, quando se juntaram vários pescadores, formando um cortejo náutico até ao concelho vizinho.

Há quatro anos, a confraria decidiu unir duas celebrações - a do Espírito Santo e a de São Pedro -, criando uma única procissão marítima dedicada ao padroeiro dos pescadores.

Desde então, as imagens de São Pedro e de São Pedro Telmo também embarcam na procissão. Saem da capela de Câmara de Lobos e seguem até à Ribeira Brava, onde permanecem cerca de duas horas, antes do regresso.

Este ano, devido à interdição do cais da Ribeira Brava, o destino foi alterado para a Calheta, prolongando o trajeto.

Apesar do desafio logístico, Victor Ferreira faz um balanço positivo do evento. “Foi um sucesso, foi espetacular ver tanta gente no mar”, disse.

O responsável garante que, no próximo ano, a procissão será retomada entre Câmara de Lobos e a Ribeira Brava, e anuncia que, a partir de agora, será sempre celebrada no dia 30 de Junho.

“Agora, independentemente do dia da semana, a procissão vai realizar-se sempre no dia 30 de junho. Antigamente, no dia 28 era a véspera de São Pedro, no dia 29 os pescadores celebravam a procissão e, no dia 30 de Junho saíam com as embarcações. Portanto, quero retomar essa tradição”, confirmou.