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O gajo e o bardamerda

Parafraseando o senhor secretário, são palavras... têm significados, são usáveis. Ensinaram-me, no entanto, que nem todas as palavras devem ser usadas em todos os contextos. E se ao senhor secretário é permitido usar essas palavras num qualquer espaço social que entenda, incluindo uma qualquer taberna no bairro em que reside, esta não será certamente a linguagem mais adequada para usar na Assembleia Regional, nem no exercício das suas funções.

Porque não é, e porque no exercício das suas funções o senhor secretário não só me representa, como trabalha para mim. E este tipo de linguagem não me representa, nem à minha profissão. Nem aos interesses da minha ilha e do meu país.

Que o senhor secretário tome decisões erradas e más decisões na sua área de responsabilidade não surpreende ninguém. Não é a sua área, e nunca trabalhou em turismo.

Não sei se o senhor secretário reconheceria um turista se ele aparecesse só à sua frente. Sei que não saberia o que fazer com ele, nem saberia certamente como responder a algumas questões mais complicadas... Porque foi toda a gestão da ilha abandonada? Porque foi a natureza abandonada? Como se justifica o caos instalado? Porque foram as paisagens transformadas em parques de estacionamento improvisados, onde cada um faz o que quer? Porque há tantos carros de aluguer por todo o lado? Porque não se gerem as levadas e trilhos da ilha? Porque falta coragem para punir os prevaricadores?

A ilha foi abandonada aos lobbies do costume, a quem tudo é permitido, e por quem tudo se faz...

Vou correr um risco, senhor secretário. Vou correr o risco de lhe ensinar algo. Os romanos diziam que a mulher de César não tinha apenas de ser virtuosa, tinha também de parecer virtuosa. Eu não sei, senhor secretário, se o senhor é ou não virtuoso. Sei que não o parece. E este é apenas metade do problema... a outra metade é que, para as funções que exerce, o senhor é inapto, inepto e incompetente.