Deputado do Chega pede troca urgente de quotas de atum-voador por atum-patudo
O novo secretário de Estado das Pescas, Salvador Malheiro, deve encentar, "com urgência, negociações com instâncias europeias no sentido de trocar quota de atum-voador por quota de atum-patudo", diz o deputado madeirense eleito pelo Chega no círculo da Madeira, numa missiva enviada ao governante.
Segundo Francisco Gomes, "a pesca do atum-patudo na Madeira tem raízes seculares, utilizando métodos seletivos, ambientalmente sustentáveis e respeitadores do equilíbrio ecológico. No entanto, a quota atualmente atribuída à Região é inadequada à dimensão e importância da atividade, o que obriga os armadores a parar a faina mesmo quando há condições favoráveis à continuidade da operação", lamenta.
E acrescenta: "Temos uma pesca exemplar, feita com responsabilidade ambiental e valor económico. E o que a Europa faz? Impõe limites injustos, empurrando os pescadores para o desemprego e os armadores para a miséria. Isto não é neutralidade técnica. É má política e falta de coragem!"
Para o deputado na Assembleia da República, é importante chamar a atenção para "o facto de a quota de atum-voador ainda ter uma margem que não foi usada, o que demonstra uma distribuição assimétrica que penaliza diretamente os operadores madeirenses" e, por isso, defende que "o governo da República deve acionar os mecanismos europeus existentes - como os 'quota swaps' entre estados-membros — e negociar com países como Espanha ou França, que dispõem de volumes maiores de quota de atum-patudo", propõe.
"Enquanto outros países têm sabido defender os seus interesses, Portugal tem estado muito calado. Quem paga o preço são as famílias da Madeira que dependem do mar. Isto é mais uma prova da passividade da República, a qual vamos denunciar", lamenta. Francisco Gomes reforça que "a subsistência de centenas de famílias está em risco e que o governo da República deve assumir responsabilidade e agir imediatamente para resolver o problema, evitando mais um ano de colapso económico no setor".
E conclui na nota enviada esta manhã: "Chega de desprezo. Se o governo da República não age, está a condenar os pescadores e os armadores madeirenses. Nós não nos vamos calar perante este abandono."