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Flores com história

Falar da Ilha da Madeira é falar deste cantinho do céu, repleto de múltiplas cores e sabores apreciado por nós e cada vez mais desejado por esse mundo fora.

O nosso clima ameno e tropical fez com que a ilha da Madeira se tornasse numa verdadeira estufa natural para as múltiplas espécies de plantas e flores que hoje conhecemos.

E se é verdade que a natureza tem feito a sua parte e que muitas espécies crescem espontaneamente, também é verdade que a tradição que secularmente nos foi passada ao longo de várias gerações, sobre o gosto de cuidar das plantas e o prazer de as ver florescer, fez a outra parte não menos importante, ou seja, manter as espécies que foram aparecendo e fazer proliferar o manto colorido que hoje existe por toda a ilha.

Quem não conhece aquela avó, tia, vizinha ou amiga que gosta de cuidar de plantas e que transborda de alegria e orgulho ao poder mostrar as suas flores a quem a visita ou tão simplesmente permitir que o quintal ou jardim seja apreciado por quem passa, como que abrindo e oferecendo o que de melhor lhe corre na alma. Sim, porque cuidar das suas flores é sem dúvida uma forma de amor muito presente no coração dos madeirenses.

E é isso mesmo que está na génese da nossa Festa da Flor, iniciada em meados do século passado, organizada pelo Ateneu Comercial do Funchal, que contava com a participação da população, a qual cedia as suas melhores flores, para uma exposição e que culminava com atribuição de prémios aos melhores exemplares.

O sucesso foi tal que, desde 1954, tem sido sempre a somar. A Festa da Flor, cresceu em quantidade e qualidade, acompanhou e bem o crescimento do turismo e hoje é, indubitavelmente, um dos melhores, senão o melhor e mais genuíno cartaz turístico que a Madeira tem para oferecer.

E é por isso mesmo que o concelho da Calheta, onde o bom clima é rei e as flores rainhas, se alia a este evento, enquanto destino cada vez mais procurado por turistas e madeirenses.

É a nossa “Calheta a Florir”, este ano com o reforço dos já habituais arranjos florais ao longo de toda a vila.

O que não pode faltar também é o nosso Muro da Esperança, onde todas as crianças podem depositar a sua flor como forma de apelo à paz e esperança por um Mundo melhor.

E claro, um dos pontos altos da nossa “Calheta a Florir” é o concurso “Mostra de Jardins”, onde os participantes abrem as portas das suas casas e mostram os seus jardins, é efetuada uma reportagem fotográfica aos mesmos e resulta numa exposição que fica patente na Praceta de Junho, desde o dia 28 de maio.

Neste concurso, com o número de participantes a aumentar de ano para ano, não há vencidos, todos são premiados, porque o que mais nos interessa não é o jardim mais bonito mas sim o reconhecimento a todos os participantes por continuarem, de forma genuína, a gostar de cuidar das suas flores. Porque assim não só continuam o legado que nos foi deixado como prestam uma verdadeira homenagem aos nossos antepassados, ao nosso povo e à nossa identidade.

Quanto aos verdadeiros vencedores somos todos nós porque a Calheta e a Madeira continuam a florir.