Um balanço de 2025
O ano de 2025 está a chegar ao fim e, com ele, fica um balanço marcado por contrastes entre conquistas inspiradoras e desafios que continuam a testar a nossa resiliência coletiva.
No plano internacional, um dos momentos mais simbólicos foi a atribuição do Prémio Nobel da Paz a Corina Machado, cuja luta pela liberdade e pelos direitos democráticos reacendeu a esperança do povo venezuelano e mostrou ao mundo que a coragem cívica pode transformar realidades. Num tempo em que tantos se sentem desiludidos com a política, este reconhecimento lembra-nos que a defesa da liberdade continua a ser uma causa viva. No desporto, Portugal voltou a fazer história com a conquista da Liga das Nações, devolvendo ao país um entusiasmo renovado e alimentando o sonho de um grande desempenho no Mundial do próximo ano. A nível regional, destaco a decisão de pagar os percursos pedestres, uma medida que, apesar de discutida, representa um passo concreto para proteger a nossa natureza, garantir melhor manutenção dos trilhos e assegurar que quem nos visita contribui para preservar aquilo que tantas vezes coloca a Madeira no topo dos destinos mundiais.
Mas 2025 também trouxe dissabores. A não eleição do PAN nas eleições regionais retirou do parlamento madeirense uma voz essencial: a voz das causas, da proteção animal, da sustentabilidade e da justiça social. Perdeu-se representatividade num momento em que os discursos radicais e a ascensão da extrema-direita ganharam terreno, alimentando divisões e promovendo agendas que pouco contribuem para o bem comum. Ficou ainda evidente que a maioria parlamentar na Madeira criou um ambiente político pouco interessante, onde o debate se torna previsível e a fiscalização quase nula. A Região perde pluralidade, perde contraditório e, sobretudo, perde a oportunidade de construir políticas mais equilibradas e pensadas para todos.
A tudo isto, não posso deixar de elogiar o povo madeirense, que mais uma vez demonstrou uma força, uma dedicação e uma capacidade de trabalho verdadeiramente admiráveis. Num ano marcado por incertezas, foram os madeirenses que nos seus empregos, nas suas comunidades, nas suas famílias, que mantiveram a Madeira de pé, trabalhando com resiliência, criatividade e espírito de entreajuda. É graças a este esforço coletivo, tantas vezes silencioso, que continuamos a ser uma terra que supera desafios e constrói futuro.
Por tudo isto, mantenho a convicção de que a Madeira e o país saberão encontrar caminhos de equilíbrio, diálogo e esperança. Que saibamos aprender com 2025 para construir um 2026 mais solidário, mais sustentável e mais humano.
Desejo a todas e a todos um Feliz Natal e um ano novo cheio de esperança, coragem e determinação.