Nutricionista alerta para o impacto da alimentação na saúde mental
As escolhas alimentares podem agravar ou aliviar os sintomas de ansiedade e depressão, segundo Sofia Calheta, que explicou ainda em que consiste a fome emocional e como combatê-la
A nutricionista, Sofia Calheta começou por afirmar que “a ligação entre o cérebro e o intestino é muito forte”, por isso, “aquilo que comemos tem um efeito bastante significativo na saúde mental”.
Ao DIÁRIO-Alimentação, a profissional indicou que o que ingerimos pode desencadear processos inflamatórios com impacto negativo no bem estar psicológico e emocional, deixando a título de exemplo uma lista de alimentos que potenciam esse desfecho, nomeadamente, “o ‘fast-food’, óleos refinados, ricos em ómega-6, como por exemplo, o óleo de girassol, açúcares também refinados, incluindo os alimentos ultraprocessados e os processados”.
Por outro lado, existem opções que actuam como anti-inflamatórios, de acordo com a nutricionista, que apontou as gorduras saudáveis como o azeite extra virgem, o abacate, frutos oleaginosos, como o amendoim, o caju, e os peixes gordos, que também terão aqui o ómega-3 e, por último, as fibras”, como alimentos que assumem um papel protector.
Questionada sobre de que forma aquilo que escolhemos colocar no prato pode influenciar a ansiedade ou a depressão, Sofia Calheta deu o exemplo de um estudo realizado pela La Trobe, uma universidade australiana, denominado SMILES - Supporting the Modification of lifestyle in Lowered Emotional States, que traduzido para português significa apoio à modificação do estilo de vida em estados emocionais deprimidos.
Segundo Sofia Calheta, através desta investigação “foi possível verificar que as pessoas que passaram por uma intervenção alimentar apresentaram uma redução da depressão moderada”.
“Por vezes nós nem sequer precisamos de certos alimentos, só precisamos de algo que nos dê conforto. Essa vontade pode ser provocada por falta de amor, de conforto, ou até mesmo para se distrair da própria rotina”, apontou a especialista em nutrição, sublinhando que a fome emocional não é uma necessidade fisiológica.
Fique a saber como pode combater a fome emocional, qual é a importância de optar por uma alimentação consciente e que estratégias alimentares podem ajudar a gerir melhor o stress e a ansiedade no dia a dia.