Trabalho Invisível
A economia criativa será dentro de muito pouco tempo uma das principais áreas económicas
A Economia Criativa foi introduzida no mercado por um senhor chamado John Howkins, por todos chamado “Pai” da Economia Criativa, na verdade o conceito surge nos finais da década de 80 e a década de 90 e baseia-se na consciencialização sobre áreas como as artes, media, design, arquitectura, moda, tradição, música, web e o início das plataformas online… não serem apenas importantes social e culturalmente e interessantes para todos no geral, mas também, tinham uma importância económica e indústrias.
Ao fim ao cabo, todos nós gostamos de design, música, arquitectura, lemos livros, gostamos de arte, compramos roupa bonita… mas vemos isso como uma experiência e encaramos como uma necessidade, mas são necessariamente interpretáveis como um sector económico de relevo.
Muitos dos jovens dos anos 90 já quiseram trabalhar nesses sectores, mas muitos deles faziam-no como segundo trabalho ou como hobby.
O que aconteceu desde então foi uma transformação abismal, tendo a principal mudança surgido pelo aumento exponencial das experiências online que mudaram as produções, a distribuição das produções, a nossa forma de analisar e comparar as produções e elas ficaram muito voláteis, mudando abruptamente de ano para ano.
Por isso, considero o crescimento do online, o mundo online sem entrar no metatarso, que é o que acontece hoje em dia como um dos maiores aliados do Sector Criativo, mas até antes da pandemia, o online, tratando-se de publicações, notícias, música, até alguns trabalhos de arquitectura e design estavam inevitavelmente associados à presença física e por conta da pandemia seriam radicalmente alterados pelas plataformas, programas e ferramentas digitais. Por isso considero que essa foi a grande mudança no crescimento e valorização das indústrias criativas.
A outra grande mudança foi a maneira como a criatividade e a economia criativa se tornaram movimento de massa.
Eu já estive em vários países, conheci pessoas de diferentes áreas e línguas, mas há hoje uma consciência global de que este sector criativo que usa o talento e a imaginação, não é apenas muito interessante para as pessoas envolvidas, mas também é muito importante artística e culturalmente sendo efectivamente um negócio real.
A Economia Criativa só depende de ideias, de massa cinzenta, opiniões e pontos de vista diferentes que partem do cérebro, o chamado “trabalho invisível”.
É claro que precisamos de talento, trabalho duro e determinação, precisamos conhecer o mercado, mas tudo começa com alguém que tem um “rasgo”, uma “visão” nova ou melhorada e querendo fazer alguma coisa melhor e diferente.
Existe um elemento transformador, existe um elemento transcendental na criatividade que é muito particular à criatividade e que não dá para obtê-lo num produto repetitivo em massa, mas, geralmente é essencial na criatividade, é o recurso bruto da economia criativa, até agora, após milhares de anos, sendo a terra, prosperidade, trabalho, força de trabalho em massa pelos quais basicamente se paga o mínimo possível.
Terra; Trabalho e Capital.
Esse é o mantra das economias convencionais, e o que agora está a acontecer é que o principal activo na economia e as principais fontes de riqueza são a imaginação individual.
É claro que precisamos de terra, isso é obrigatório… precisamos de pessoas… precisamos de dinheiro… mas esses já não são o recurso primário.
Antigamente, se fossemos donos de terras éramos ricos e tínhamos status, agora já não é assim e a economia criativa será dentro de muito pouco tempo uma das principais áreas económicas.
Para aqueles que estranhavam, é melhor entranharem!