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A nossa identidade

O Encontro Atlântico, organizado pela OPP Madeira, foi um momento de excelência, pela partilha de ideias e de conhecimento, ilustrando com clareza o exercício da psicologia no individual e em equipas multidisciplinares, ficando claro um percurso de experiência, maturidade e identidade.

Para além de vários temas de relevância, nas várias áreas de intervenção, ficou claro o quanto a psicologia ganhou lugar e espaço credível na sociedade atual, com expressão em diferentes áreas da vida social e comunitária.

A Ordem dos Psicólogos Portugueses teve desde a sua criação um papel fundamental na definição do lugar do psicólogo, estabelecendo progressivamente aquilo que hoje podemos assumir como a “nossa identidade”.

Agora acrescem outras responsabilidades e preocupações que estiveram em análise no decurso do encontro. Ter uma identidade é ter responsabilidade em a assumir e valorizar.

Há uma tendência crescente em confundir o exercício da psicologia com práticas que utilizam nomes similares deixando difuso o limite entre ambas. É por isso fundamental que cada um de nós, psicólogos de formação, reconheçam o seu lugar e não se permitam integrar universos indiferenciados que em nada dignificam a nossa profissão.

Há um caminho desde a decisão e escolha do curso até ao momento de se tornar membro da Ordem que tem de ser cumprido. Depois disso há um percurso individual, nos diferentes contextos que integra e assume, que permite acrescentar experiência, valor e credibilidade. Ser psicólogo, em qualquer das diferentes áreas de intervenção, é ter uma profissão definida e regulada que exige cumprimento de regras e responsabilidades éticas.

Estiveram connosco colegas dos Açores, de Cabo Verde e das ilhas Canárias que na partilha das suas experiências deixaram claro a importância desta diferenciação e definição da classe como forma de potenciar a profissão aproximando-a das necessidades das comunidades, com base na credibilidade e confiança.

A minha experiência na Região Autónoma da Madeira, ao longo de vinte anos, ajudou-me a perceber a importância da identidade da psicologia e da sua ligação com os órgãos de decisão. É preciso ser credível e competente para poder negociar e acrescentar valor. Em muitas áreas na Região o exercício da psicologia é um exemplo e assim deverá continuar. A OPP e a sua delegação regional são o exemplo do caminho a seguir, com competência, perseverança e contemporaneidade. É no presente que temos de continuar a estar.