Um acidente que vitimou um cidadão

“Os políticos e as fraldas são semelhantes, possuem o mesmo conteúdo”, uma das muitas frases que José Maria de Eça de Queiróz, o grande escritor e diplomata, um dos maiores da literatura portuguesa, nos deixou, e que pode servir na perfeição aos muitos casos protagonizados pela classe política.

Aconteceu, um acidente na auto-estrada que liga Marateca à fronteira do Caia, em Elvas, no distrito de Portalegre, o carro em que seguia Eduardo Cabrita, na altura do acidente, ainda na qualidade de ministro da Administração Interna, sofreu um acidente de viação, que provocou a morte a um cidadão português, que estava a executar trabalhos de manutenção.

Nunca, o então Ministro da Administração Interna, fugiu sempre a qualquer responsabilidade neste acidente.Ora acontece que aprendi quando do cumprimento do serviço militar, que o “passageiro”, que fosse o mais graduado, era moralmente responsável por qualquer acidente, como tal, avisava o condutor, caso fosse necessário, dos excessos de velocidades ou outras manobras menos correctas do condutor.

Neste caso, o então Ministro da Administração Interna, sendo apenas um passageiro, como afirmou várias vezes, mas devido ao seu lugar, tinha por obrigação alertar o seu motorista, para a velocidade em que conduzia a viatura.

Um acidente, que destruiu uma família, e que o Estado até ao momento não tomou uma posição de ajudar a família da vítima.

Contudo, o Senhor Primeiro Ministro e bom amigo, e mais preocupado que está com a imagem do seu partido, para as próximas eleições, aconselhou o ex-Ministro da Administração Interna a pedir a demissão do cargo.

Um acidente que vitimou dois cidadãos, um, trabalhador que cumpria as suas funções e morreu e que o Estado até ao momento sempre ignorou ajudar uma família, e um ex-Ministro da Administração, que pela sua prepotência, saiu pela porta pequena. Toda uma situação que podia ser evitada, se houvesse bom senso e houvesse mais honestidade.

Mário da Silva Jesus