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Contra corrente

Os desafios que nos confrontam são dos mais dramáticos e exigentes de sempre na história das sociedades humanas. Não é só o “acontecimento Covid-19”, são os horizontes de guerra planetária, de destruição maciça, do colapso económico, ecológico e possivelmente demográfico.

Tal como no passado, persiste um legado profético, perdura uma memória de luz com um sentido outro para a história, contrária à corrente dominante e ao curso triunfal dos mais fortes.

Foram, e são, deflagrações da palavra, da intuição essencial dos primeiros profetas, do dizer do risco para resgatar o nosso destino coletivo; gestos do avesso da história, quase sempre minoritários durante algum tempo; discursos contrários, propostas alternativas, projetos críticos que interrompem e contrariam (local e temporariamente) os desmandos da ganância.

O peso do fator profético na marcha da história continua a ser muitíssimo importante, como são vitais os focos de resistência ao imperialismo, aos senhores do mundo.

Esses homens e mulheres que fizeram história na contramão são incontornáveis referências e inspiração. Mais ainda nos dias de hoje, precisamos de escutar essas vozes que vivem resistindo, projetando toda a sua densidade humana e a força das suas convicções de sociabilidade alternativa. Neste tempo de abismo, mais necessário se torna essa palavra contra a corrente dominante do devir.

É que nestes dias de emergência não poderemos retornar a caminhos já percorridos e comprovadamente desastrosos. Para ensaiar o novo rumo é tarefa primordial saber lidar com outra interpretação do mundo, para o transfigurar.

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