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Bom senso, precisa-se

A pandemia deixou praticamente tudo vazio ,à excepção das nossas casas.

Os portugueses foram um exemplo no cumprimento das medidas de higiene e distanciamento social e o seu comportamento foi elogiado além fronteiras e a nível internacional.

Pelos dados epidemiológicos bem como pela nossa saúde física e mental e pela revitalização da economia foi permitido o desconfinamento. Enquanto estivemos confinados a Natureza aproveitou para “respirar”. As ruas mantiveram-se limpas e a poluição visual e sonora desceu para níveis bastante aceitáveis. A vida no ar,na terra e no mar rejubilou,longe da mão predadora do “bicho” homem.

Mas, eis que o ser humano, ávido de liberdade voltou a encher as ruas, esplanadas e praias deixando atrás de si um rasto de lixo,na exacta medida da sua educação e respeito pelo outro e pelo ambiente. Agora,às beatas, latas e papéis juntam-se máscaras e luvas descartáveis,abandonadas em qualquer lado,em qualquer sítio, pois alguém virá para as apanhar...

Manter o distanciamento social já não é importante. Andamos aos pares,aos grupos, bem juntinhos como se nada tivesse acontecido e o vírus não andasse ainda por aí.

Num cenário de pandemia a aproximação entre pessoas,se não desejada e voluntária deve ser considerada agressão. As normas são simples e de cumprimento obrigatório. Passou-se do oito para o oitenta,sabendo que depende de nós travar qualquer retrocesso.

Como um mal nunca vem só, o Covid19 tem deixado um rasto de destruição, sobretudo para os que,não tendo contraído a doença, estão a viver com o pior que ela trouxe:a falta de emprego, a fome, a quebra ou perda total de rendimentos. Para além dos que já perderam tudo ou que lutam para não cair no desemprego, há tantos jovens com a vida adiada, sem oportunidades nas empresas que não arriscam a continuidade dos seus contratos.

Vamos esperar que não se esbanje o dinheiro em projectos e candidaturas de contornos pouco claros,em que são sempre os mesmos os contemplados,fintando regras e atropelando o bom senso. Vamos esperar. Mas esperar bom senso de certa gente é como procurar os dentes da galinha.

Madalena Castro

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