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Human Rights Watch pede aos EUA que pare as deportações de imigrantes

A Human Rights Watch (HRW) apelou hoje ao Governo dos Estados Unidos para parar as deportações de imigrantes detidos durante a pandemia, de forma a evitar que o novo coronavírus se espalhe ainda mais.

“O Governo dos Estados Unidos deve impor imediatamente uma moratória às deportações durante a pandemia de covid-19, para evitar contribuir para a propagação global do vírus”, defendeu, em comunicado, a organização não-governamental (ONG).

A HRW denuncia que, embora o país norte-americano seja o que tem o maior número de pessoas infectadas pelo novo coronavírus no mundo, mantém muitos imigrantes detidos nos centros da Immigration and Customs Enforcement (ICE), os serviços de imigração e alfândega, onde é impossível manter a distância social recomendada, e o acesso a meios sanitários e higiénicos pode ser complicado.

Segundo a ONG, não obstante esta situação, os EUA continuam a deportar pessoas que estiveram nesses centros e que poderiam estar a transportar o vírus, uma vez que, só entre 03 de fevereiro e 24 de abril, os Estados Unidos fretaram 232 voos de deportação para a América Latina e as Caraíbas.

“Apesar dos surtos de covid-19 nos centros de detenção de imigração dos Estados Unidos e das restrições às viagens em todo o mundo, os EUA continuaram com as deportações sem prestar muita atenção às consequências”, lamentou a directora de programas da HRW nos Estados Unidos, Nicole Austin-Hillery, na declaração.

A responsável da organização que se dedica à defesa dos direitos humanos acrescentou que, “com estas deportações imprudentes, a administração de Donald Trump [Presidente dos EUA] está a contribuir para a expansão da covid-19 e a pôr em perigo a saúde pública mundial”.

A HRW afirma que nestes centros de detenção, onde, de acordo com a ICE, foram detectados 818 casos entre os detidos, os imigrantes não têm acesso a medidas preventivas, como máscaras e, em alguns casos, são mesmo obrigados a pagar o sabão.

A ONG considera que o regresso destas pessoas aos seus países de origem, onde frequentemente não têm acesso aos cuidados de saúde e às necessidades básicas, constitui um encargo adicional para elas e para as suas comunidades, expondo-as ao vírus.

Os Estados Unidos atingiram 1.856.118 de casos confirmados de covid-19, com 107.281 mortes, de acordo com a contagem independente da Universidade Johns Hopkins.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 385 mil mortos e infectou mais de 6,5 milhões de pessoas em 196 países e territórios.

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