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Trump apenas aceita reunir-se com Maduro para negociar “saída pacífica do poder”

O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse hoje que apenas aceita reunir-se com Nicolás Maduro, para discutir a “saída pacífica do poder” do homólogo venezuelano, após ter demonstrado, numa entrevista, abertura a um possível encontro.

“Ao contrário da esquerda radical, eu sempre estarei contra o socialismo e ao lado do povo da Venezuela. O meu Governo sempre esteve do lado da liberdade e contra o regime opressor de Maduro. Apenas me reuniria com Maduro para abordar um tema: uma saída pacífica do poder”, destacou o Presidente norte-americano numa mensagem publicada na rede social Twitter, citada pela agência Efe.

Donald Trump reagiu assim à entrevista publicada no domingo pela publicação ‘online’ Axios, na qual mostrou abertura para se reunir com o Presidente da Venezuela, uma possibilidade já avançada na Assembleia-Geral da ONU de 2018, que nunca chegou a concretizar-se.

“Talvez ele pense sobre isso. Maduro gostaria de se encontrar comigo. E eu nunca me oponho a reuniões, raramente me oponho a isso”, destacou Donald Trump durante a entrevista, ao ser questionado sobre se aceitaria encontrar-se com Nicolás Maduro.

“Eu sempre digo que se perde muito pouco nas reuniões. Mas, por agora, eu digo que não”, explicou, referindo-se aos esforços do lado venezuelano para a marcação de um encontro.

Questionado durante a entrevista se lamentava a sua decisão em endossar o líder da oposição, Juan Guaidó, como presidente interino da Venezuela, o governante norte-americano respondeu primeiro: “Não particularmente”.

Mas acrescentou: “Poderia ter vivido com ou sem isso, mas estava firmemente contra o que se estava a passar na Venezuela”.

A porta-voz da Casa Branca, Kayleigh McEnany, disse hoje, após as declarações do republicano Trump, que “nada mudou” na posição dos Estados Unidos face a Juan Guaidó, e que o país continua a manter a confiança e a reconhecê-lo como presidente interino.

Kayleigh McEnany acusou ainda a administração do anterior Presidente norte-americano Barack Obama (2009-2017) de ter “estabilizado” o “regime” de Nicolás Maduro, aproveitando para atacar o ex-vice-presidente Joe Biden e o adversário democrata na corrida à Casa Branca.

“Há o ex-vice-presidente Joe Biden que se encontrou com o ditador venezuelano Nicolás Maduro e elogiou os seus cabelos, segundo o portal de notícias Yahoo”, atirou McEnany.

A porta-voz da Casa Branca referia-se a uma reportagem do jornal brasileiro Valor, citado pelo The Washington Examiner, que garantia que Maduro e Biden foram fotografados a trocar sorrisos em janeiro de 2015 no Brasil, após o então vice-presidente dos Estados Unidos ter elogiado a aparência do venezuelano, informação que um conselheiro de Biden negou.

A polémica sobre a Venezuela começou após John Bolton, ex-assessor de Segurança Nacional de Donald Trump, ter afirmado no seu novo livro que o Presidente dos EUA quis retirar o seu apoio a Guaidó apenas 30 horas depois de o ter reconhecido como presidente interino, por considerar que este passava uma imagem de “menino”, ao contrário da imagem de “dureza” de Maduro.

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