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Curva da epidemia continua em trajectória ascendente em África

Foto EPA/RICARDO FRANCO
Foto EPA/RICARDO FRANCO

A curva epidémica da covid-19 continua a subir em África, com uma média de 4.200 novos casos por dia, disse hoje o diretor do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da União Africana (África CDC).

“A curva continua a subir. Entre 21 e 27 de maio, houve 30 mil novos casos registados comparado com a semana anterior, em que tivemos registo de 21.700 novos casos. É um aumento de 1,4 vezes. Temos uma média de 4.200 novos casos diários no continente”, disse John Nkengasong.

O diretor do África CDC, que falava na conferência de imprensa semanal, a partir da sede da União Africana, em Adis Abeba, assinalou que parte deste crescimento é justificado pelo aumento do número de testes ao novo coronavírus realizados pelos países.

Quase um terço dos novos casos foi registado na África Austral (30%), seguida do Norte de África (24%), da África Ocidental (16%), África Central (15%) e África Oriental (13%).

Globalmente, o continente africano regista 124.482 casos acumulados de infeções pelo novo coronavírus e 3.696 mortes, o que representa uma taxa de letalidade de 3%.

John Nkengasong sublinhou os progressos alcançados na realização de testes à covid-19, assinalando que o continente passou de menos 400 mil testes, no início de abril, para quase 2 milhões atualmente.

“Desde abril, aumentámos significativamente o número de testes. Há países que hoje estão a fazer entre 5 mil e 7 mil testes por dia. Até ao final desta semana, o África CDC terá distribuído 2,5 milhões de testes aos Estados-membros”, disse.

Apesar do progresso, o diretor do África CDC reconheceu que o continente está ainda longe do nível ideal de testagem.

“Com um continente de 1,2 mil milhões de pessoas, o nosso objetivo é testar 1% da população, ou seja, temos de fazer 12 milhões de testes. Estamos próximo dos 2 milhões, ainda temos uma lacuna de 10 milhões”, apontou.

Segundo o África CDC, o número de mortos subiu nas últimas 24 horas de 3.589 para 3.696 (+107), enquanto os casos de infeção aumentaram de 119.391 para 124.482 (+5.091).

O número total de doentes recuperados subiu de 48.618 para 51.095 (+2.477).

O norte de África é a região mais afetada pela doença no continente, com 1.708 mortos e 37.566 infetados pelo novo coronavírus.

A África Ocidental regista 663 mortos e 31.279 infeções, enquanto a África Austral contabiliza 575 mortos e 27.858 casos, quase todos num único país, a África do Sul (25.937).

A África Oriental regista 383 mortos e 13.850 casos registados e na África Central há 367 vítimas mortais em 13.939 casos.

Seis países - África do Sul, Argélia, Egito, Marrocos, Nigéria e Gana - concentram mais de metade (57%) das infeções pelo novo coronavírus no continente e mais de dois terços das mortes associadas à doença.

O Egito é o país com mais mortos (816) e tem 19.666 infeções, seguindo-se a Argélia, com 623 vítimas mortais e 8.857 infetados.

A África do Sul é o terceiro com mais mortos (552), continuando a ser o país do continente a registar mais casos de covid-19 (25.937).

Marrocos totaliza 202 vítimas mortais e 7.601 casos, a Nigéria regista 254 mortos e 8.733 casos, enquanto o Gana tem 34 mortos e 7.303 casos.

Entre os países africanos lusófonos, a Guiné-Bissau é o que tem mais infeções, com 1.195 casos, e regista sete mortos.

São Tomé e Príncipe contabiliza 443 casos e 12 mortos e Cabo Verde tem 390 infeções e quatro mortos.

Moçambique conta 227 doentes infetados e um morto e Angola tem 73 casos confirmados de covid-19 e quatro mortos.

A Guiné Equatorial, que integra a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), ultrapassou os mil casos positivos de infeção (1.043) e 12 mortos, segundo o África CDC.

O primeiro caso de covid-19 em África surgiu no Egito em 14 de fevereiro e a Nigéria foi o primeiro da África subsaariana a registar casos de infeção, em 28 de fevereiro.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 352 mil mortos e infetou mais de 5,6 milhões de pessoas em 196 países e territórios.

Cerca de 2,2 milhões de doentes foram considerados curados.

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